Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Em nota divulgada há pouco, a Fundação Orquestra Sinfônica Brasileira (Fosb) decidiu readmitir os músicos que haviam sido desligados, em março, porque se recusaram a passar por avaliação de desempenho. As demissões por justa causa serão convertidas em suspensão de dois dias.
A fundação salienta, entretanto, que o retorno imediato aos postos está condicionado à avaliação de desempenho, programada para junho. Segundo a entidade, a avaliação seguirá o padrão sugerido pelos próprios músicos no último dia 8, durante reunião entre representantes dos músicos e do Conselho da Fosb. Os músicos terão até o dia 25 deste mês para retornar aos ensaios.
“As avaliações serão adaptadas para um formato de música de câmara, em que os músicos formarão seus próprios conjuntos e escolherão peças de uma lista de compositores do clássico ao contemporâneo, fornecida pelo maestro. Eles apresentarão dois movimentos contrastantes para uma banca composta pelo maestro, o chefe de naipe e três convidados externos escolhidos pelo maestro e referendados pelo Conselho”, esclarece a nota.
A fundação decidiu também reabrir o prazo para apresentação de sugestões dos músicos ao novo regimento interno da companhia, que será posteriormente submetido à aprovação do conselho. Do mesmo modo, será criado um comitê artístico, “de caráter consultivo e de aconselhamento”. Esse comitê buscará auxiliar a direção artística na retomada da temporada 2011, elaborando sugestões com vistas à temporada do ano que vem.
Segundo a nota oficial da Fosb, “o Conselho [da Fosb] espera receber comentários sobre o novo regimento interno e indicação do músico externo que fará parte do comitê artístico até 10 de maio".
Será solicitado ao maestro e diretor artístico Roberto Minczuk dedicação exclusiva à OSB. Para tanto, ele terá que se desligar da direção artística do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Terão continuidade as atividades regulares da OSB Jovem, com prioridade para os Concertos da Juventude no primeiro semestre deste ano.
“A Fundação Orquestra Sinfônica Brasileira acredita que, oferecendo todas as possibilidades acima mencionadas, apresenta uma solução real para todo o ocorrido e abre suas portas para o retorno dos músicos que desejarem participar dessa nova fase da OSB. É importante deixar claro que a instituição é maior que todos e o Conselho [da Fosb] tem por missão garantir o melhor para sua perenidade e seu constante crescimento”, conclui a nota.
A proposta da Fundação OSB será avaliada amanhã (19) pelos músicos, em assembleia de emergência, na sede do Sindicato dos Músicos Profissionais do Estado do Rio de Janeiro (Sindmusi). A presidente do sindicato, Débora Cheyne, antecipou, porém, à Agência Brasil que a proposta da fundação “não é resposta àquilo que a gente encaminhou, tem informações que nunca foram pedidas por nós. Por exemplo, a gente nunca pediu exclusividade do maestro na nossa orquestra”.
Edição: Vinicius Doria