Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – Os vizinhos e os alunos da Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, zona oeste da capital fluminense, estão assustados com o ataque que terminou com dezenas de crianças mortas e feridas, hoje (7), depois que um atirador entrou no estabelecimento no início da manhã.
Centenas de curiosos, que querem acompanhar a movimentação de autoridades, ainda estão em volta da escola, que foi cercada pela Polícia Civil para o trabalho de investigação do crime. A prefeitura suspendeu as aulas de amanhã (8), mas o prazo pode se estender.
Nos restaurantes e nos bares de Realengo, os moradores acompanham pela televisão o ocorrido e assistem a imagens amadoras, gravadas por telefones celulares, momentos após a tragédia. Todos procuram entender os motivos que levaram Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos, ex-aluno da escola, a fazer os disparos.
O clima é de comoção no bairro. Integrantes das famílias cujas crianças escaparam da chacina tranquilizam os amigos. Outras, que perderam seus filhos, tentam se consolar.
Os relatos de quem assistiu a fuga das primeiras crianças da escola, logo após o início dos disparos, são assustadores. A aposentada Dayse Lúcia, que mora a cerca de 500 metros da escola, lembra que as ambulâncias eram insuficientes para atender os feridos e que os moradores paravam os carros na rua para ajudar.
“A crianças passaram baleadas na minha porta. Uma com um tiro nas costas, outra, no pé e outra, na barriga. Elas saíram correndo, não falaram nada. Depois, veio um menino baleado na perna e falou que tinha um homem dentro da escola atirando em todo mundo”, conta.
Uma mãe, que preferiu não se identificar, contou que recebeu uma ligação do filho relatando sobre o atirador. Imediatamente, ela se deslocou até o local e encontrou um cenário de caos. “Foi uma sala toda baleada. Era muito corpo, pedaços de cérebro pelo chão, não consegui olhar”, relatou.
Sobrevivente ao ataque, uma menina 12 anos disse que conseguiu escapar porque a professora fechou a porta da sala e pediu para que as crianças ficassem em silêncio absoluto. Depois de o atirador ter morrido, ela ligou imediatamente para mãe ir buscá-la.
“Eu tava muito apavorada e não consegui sair da sala. Minha mãe foi lá me buscar e tampou os meus olhos quando eu saí para que eu não visse nada”, disse a menina.
Edição: Lana Cristina