Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – Enquanto policiais da área de homicídios, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, tomavam depoimentos de professores e testemunhas do massacre promovido por Wellington Menezes de Oliveira, na Escola Municipal Tasso de Oliveira, em Realengo, uma psicóloga da corporação esteve, agora à noite, na casa do assassino, em Sepetiba, também na zona oeste. Ela foi colher subsídios que levassem a uma melhor compreensão da tragédia e fazer o levantamento do perfil psicológico do assassino.
Na casa do atirador a polícia encontrou um rastro de destruição: computadores e eletrodomésticos queimados, provavelmente com a intenção de dificultar a ação dos policiais. Na casa, não foi encontrado nenhum vestígio de drogas e bebidas alcoólicas que pudesse definir Wellington como um viciado.
A polícia apurou que a família que criou Wellington frequentava a igreja Testemunhas de Jeová e que ele tinha um cachorro e um gato. Os investigadores também descobriram que ele havia pedido demissão do emprego em que trabalhava, em uma fábrica de salsicha, há cerca de sete meses, quando sua mãe morreu.
Os vizinhos o definiram como um sujeito quieto, que não costumava falar com ninguém, vestia-se sempre de preto e passava a maior parte do tempo em frente ao computador.
Para a Polícia Civil a carta deixada por Wellington mostra sinais de insanidade e tendência fundamentalista, e contém frases que podem indicar problemas com as mulheres. Ele fala em “pessoas impuras”, que não poderiam tocá-lo a não ser usando luvas. Na carta, ele também se define como um homem puro.
Outro fato passível de investigação é o fato de que, entre as 11 crianças que morreram, dez eram do sexo feminino e apenas uma delas do sexo masculino. Também entre os feridos há predominância de meninas: dos 13 feridos, 12 são do sexo feminino.
Neste momento, na Delegacia da Barra da Tijuca, a polícia está tomando o depoimento de um primo de Wellington.
Edição: Lana Cristina