Clima no IML do Rio é de desespero após reconhecimento dos corpos de estudantes vítimas de massacre

07/04/2011 - 20h56

Da Agência Brasil

Rio de Janeiro – Os corpos das vítimas do massacre ocorrido hoje (7), na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, zona oeste do Rio de Janeiro, começaram a chegar ao Instituto Médico Legal (IML), no centro, no início da tarde. O clima era de desespero entre os parentes das crianças após o reconhecimento dos corpos.

A vendedora ambulante Neusa Candelária da Cruz Ferreira, 63 anos, avó de Karine Chagas de Oliveira, 14 anos, estava inconsolável. A menina era criada por ela como filha e estudava na escola desde pequena. Em tom desesperador, ela disse que "queria a neta de volta, que a menina havia saído de casa e, agora, está dentro de um saco preto".

Com um sonho de ser da Marinha, Géssica Guedes Pereira, 15 anos, se dedicava aos estudos e fazia curso preparatório para entrar na Força. A adolescente, que estava no 8º ano, teve seu sonho interrompido hoje. A mãe dela, Sueli Guedes, e o pai reconheceram o corpo.

A aluna Mariana Rocha de Souza, 12 anos, foi reconhecida por Nádia Ribeiro, sua madrinha. Já Milena dos Santos Nascimento, 14 anos, foi identificada pelo pai, Waldir do Nascimento. Bianca Rocha Tavares, 13 anos, não resistiu à operação para a retirada de balas no braço, no Instituto de Traumatologia e Ortopedia, no centro, e morreu à tarde.

Os pais de Ana Carolina Pacheco saíram esperançosos e aliviados do IML. A menina não está entre os mortos. Até o início da noite, o enterro dos alunos da escola de Realengo não havia sido marcado e ainda há espera para a liberação dos corpos.


Edição: Lana Cristina