Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – Peritos da Polícia Civil estiveram hoje (11) no Instituto Fernandes Figueira, vinculado à Fundação Oswaldo Cruz (IFF/Fiocruz), para determinar os motivos que levaram à amputação da perna de um recém-nascido, após uma cirurgia.
O bebê nasceu dia 21 de fevereiro com hidroanencefalia grave, quando existe ausência do cérebro, que é substituído por bolsas com líquido cerebroespinhal. A operação, chamada de microendoscopia, serve para drenar o líquido do crânio. O procedimento foi executado na filha de Karen Caroline Nascimento e Silva no dia 1º de março e a amputação da perna foi feita no último dia 7.
Durante a microendoscopia, feita com bisturi elétrico, o bebê sofreu queimadura na perna, que precisou ser amputada. O diretor do IFF, Carlos Maciel, disse que foi aberta uma sindicância interna para apurar as causas do acidente, que podem estar relacionadas à placa de aterramento elétrico do bisturi, que fica junto ao corpo da paciente.
Maciel esclareceu que este foi o primeiro acidente desse tipo e afirmou que IFF fez, só no ano passado, 2.500 procedimentos cirúrgicos, incluindo 250 neurocirurgias, sendo 50 idênticas à executada no bebê.
O delegado que está investigando o que ocorreu durante a cirurgia, Pedro Paulo Pinho, disse que o caso é de lesão corporal culposa - quando não há intenção de provocar o dano – e que a pena máxima para esse tipo de crime é de um ano e quatro meses.
Segundo o último boletim médico, a bebê continua internada no berçário de alto risco e respira sem ajuda de aparelhos, com alimentação oral. Não há previsão de alta.
Edição: Aécio Amado