Líderes do G20 vão discutir medidas de estímulo à economia como resposta à crise

25/06/2010 - 21h24

 

Renata Giraldi
Enviada Especial

Toronto (Canadá) – Sem posições convergentes, os líderes mundiais que estão na cidade canadense para reunião do G20, o grupo das maiores economias incluindo os principais países emergentes, deverão assinar apenas uma declaração comum sobre estratégias de estímulo à economia. A declaração é uma resposta da comunidade internacional à crise econômica que atingiu nos últimos meses parte da Europa e ameaça se estender para outras regiões. Amanhã (26) e domingo (27), presidentes e primeiros-ministros de países do G20 estarão reunidos em Toronto, a cidade mais populosa do Canadá.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participaria da reunião, mas cancelou a viagem para acompanhar as ações de apoio às vítimas das enchentes no Nordeste. O Brasil será representado pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, que deve desembarcar na noite de hoje (25) em Toronto. Os negociadores brasileiros afirmam que a tendência é que medidas concretas só sejam adotadas daqui a cinco meses. A próxima rodada de negociações será em Seul, capital da Coréia do Sul, em novembro.

Até a assinatura da declaração comum pelos representantes do G20, os negociadores mundiais terão conseguido um acordo sobre o principal ponto de divergência entre os países que integram o grupo: como estimular a economia adotando medidas de cortes de gastos e investimentos. De acordo com negociadores brasileiros, uma das alternativas em discussão é cortar mais gastos correntes do que investimentos. Mas esta medida pode ser a pior. Outra proposta é cortar os gastos que eventualmente distorçam a produção direcionada ao comércio.

A ideia é encontrar, no texto da declaração, uma linguagem intermediária e equilibrada na qual se reconheça a consolidação fiscal. No documento, serão listados os pontos que devem ser atingidos para alcançar esse objetivo e como isso será feito sem prejudicar o crescimento da economia. Paralelamente, há debates sobre as reformas estruturais nos países ricos que envolvem o mercado de trabalho e os sistemas de produção. Os países emergentes não estão envolvidos diretamente nessas discussões.
 

Edição: Lana Cristina