Exportações brasileiras devem cair cerca de 20% neste ano, afirma secretário da Secex

24/11/2009 - 16h35

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O Brasil vai experimentar este ano uma retração das exportações acima de 20%, seguindo a média mundial, em decorrência da crise financeira internacional, disse hoje (24) à Agência Brasil o secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Welber Barral.

Ao participar do 29º Encontro Nacional de Comércio Exterior (Enaex), na Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), ele disse esperar uma queda superior a 20% nas exportações brasileiras em 2009, “que é mais ou menos o que vai acontecer no mundo”.

 Barral acredita, contudo, em uma retomada do crescimento das exportações em 2010 de cerca de 10%. “Daí, nós colocamos uma média de US$ 168 bilhões de exportações (para 2010), em comparação com US$ 153 bilhões a US$ 155 bilhões este ano”, disse o secretário da Secex. Em 2008, as exportações do Brasil somaram US$ 198 bilhões.

 A diversificação da pauta exportadora brasileira  funcionou este ano como um elemento de defesa para o comércio externo do país, avaliou. Apesar da crise econômica, as commodities (produtos agrícolas e minerais comercializados no mercado internacional) tiveram uma presença significativa no mercado mundial. Segundo Barral, outro fator que influenciou no crescimento das exportações do Brasil é que a demanda  dos países asiáticos, especialmente a China, está muito forte.

Em 2010, o secretário afirmou que todo o esforço do governo será no sentido de diversificar as exportações e, ao mesmo tempo, ampliar  a participação de  pequenas e médias empresas no processo exportador. “Temos que investir muito na exportação de produtos de maior valor agregado e também na exportação de serviços”.

 O secretário comentou a proposta de criação de um ministério exclusivo para tratar do comércio exterior brasileiro formulada no Enaex. Ele admitiu a necessidade de mudanças na estrutura administrativa nacional  para dar mais eficiência ao comércio externo do Brasil. “Mas, não necessariamente a criação de um novo ministério vai implicar nisso”.

 O que precisa, na sua avaliação, é resolver os gargalos que  dificultam o desenvolvimento das exportações brasileiras. “Independentemente de um novo ministério, precisamos resolver os problemas da tributação, o problema de logística, da burocracia. São problemas de inovação na administração pública, em qualquer ministério que esteja.”