Bernardo admite aperto das contas públicas, mas diz que arrecadação dá sinais de melhora

12/11/2009 - 18h24

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo,admitiu hoje (12) que as contas públicas estão apertadas, depois de 11meses seguidos de quedas na arrecadação de impostos e contribuiçõesfederais. Assegurou, porém, que há sinais de que a receitaobtida no mês passado melhorou, revertendo a tendência de quedaverificada, desde a crise financeira internacional, em setembro do ano passado.Casoessa previsão se confirme, o ministro acha que a melhora naarrecadação, somada à gradativa recuperação do comércio, da indústriae dos serviços, nos últimos seis meses, permitirá que o Produto InternoBruto (PIB) cresça em torno de1% neste ano. Como a reativação da atividade produtiva vem acontecendo"de forma contundente", ele projeta crescimento da economia entre 4,5% e 5% em 2010.Asafirmações foram feitas à saída do seminário Empresas Estatais – Inovaré Investir no Brasil, que acontece hoje e amanhã, no Clube dos Médicos,em Brasília. O seminário homenageia aos 30 anos de criação do Departamento de Coordenação eGovernança das Empresas Estatais (Dest), que é ligado à SecretariaExecutiva do Ministério do Planejamento.Paulo Bernardoressaltou, na abertura do encontro, que as empresas estatais têm se destacado, historicamente, como instrumento de desenvolvimento do país, acomeçar pelo Banco do Brasil (1808) e pela Caixa Econômica Federal(1861). Depois, com a necessidade de industrialização do país, durantea Segunda GuerraMundial, vieram a Companhia Siderúrgica Nacional (1941), a CompanhiaVale do Rio Doce (1942) e a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco(1945). Citou também o Banco Nacional de DesenvolvimentoEconômico (1952) e a Petrobras (1953), criadas durante o governo de Getúlio Vargas.Em todos esses períodos,as empresas estatais foram “fortemente focadas na ação do Estado” elideraram processos de solução para crises. Exemplo disso, acrescentou,foi a atuação decisiva do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federalpara manter, e até aumentar, a oferta de crédito, durante a recentecrise financeira, quando o dinheiro sumiu da rede bancária e o setorprodutivo ficou sem ter onde se financiar.