Paraguai ratifica acordo para garantir direitos a brasiguaios

07/10/2009 - 20h38

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Na tentativa de minimizar a tensão envolvendo cerca de 500 milbrasileiros que vivem no Paraguai, o governo do presidente FernandoLugo deu a contrapartida à chamada lei da anistia a estrangeiros,decretada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Um acordoratificado pelos países do Mercosul estabelece apreservação de direitos e a fixação de deveres para os estrangeiros quemoram em território paraguaio.A presença dos chamados brasiguaios gera conflitos com os movimentos sociais e setores dasociedade civil do Paraguai. A crítica é que entre os brasileirosresidentes no Paraguai alguns detêm grandes propriedades rurais, o quepoderia atrapalhar o processo de reforma agrária no país. Osdefensores dos proprietários rurais brasileiros, porém, alegam que o trabalhodeles colabora para o incremento da balança comercial paraguaia, com o plantio de soja e a produção de todos seus derivados.“Oacordo ratificado no âmbito do Mercosul permite a todos a regularizaçãode residência, direitos e condições de trabalho e até a possibilidade decandidaturas políticas”, afirmou o encarregado de Negócios da Embaixadado Paraguai, Didier César Olmedo. “É um avanço em todos os sentidos.”O acordo foi firmado logo depois do presidente Lula ter decretadoa lei de anistia a estrangeiros que vivem clandestinamente no país.Por determinação de Lugo, o presidente paraguaio, os oito consulados do Paraguai no Brasilmontaram um esquema especial de atendimento, funcionando, inclusive, aossábados, na parte da manhã.Paralelamente, o governo Lugo informa,por meio da imprensa, que os direitos dos produtores rurais brasileirosestão garantidos e que não há ameaças a seus negócios. Em fevereiro,o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, manifestou apreocupação do governo brasileiro em relação a eventuais riscos àsatividades dos brasiguaios.