Aladi tenta harmonizar estatística para incrementar comércio e vencer crise econômica

07/10/2009 - 11h56

Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os 12 representantes dos países que formam a AssociaçãoLatina-Americana de Integração (Aladi) discutem emBrasília a harmonização dos critériosestatísticos aplicados na comercialização deprodutos, mercadorias e serviços. O objetivo éassegurar a adoção de critérios comuns entre osmembros da Aladi para evitar desencontros de dados e distorçõesde informações. Para os especialistas, um acordo naaplicação dessas medidas contribuirá para oincremento do comércio e a superação de momentosdelicados da economia internacional, como recentemente ocorreu emvirtude da crise financeira.“A trocade informações, de dados e experiências contribuipara o aperfeiçoamento do sistema como um todo. O esforçoé para que futuramente os dados sejam repassados mensalmente enão mais a cada ano como agora”, disse o coordenador-geraldo Departamento de Planejamento e Desenvolvimento de ComércioExterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria eComércio Exterior, Paulo Roberto Pavão. Adiscussão faz parte da 12ª Reunião Técnicade Órgãos Governamentais Responsáveis peloFornecimento de Informações Estatísticas deComércio Exterior (Recomex), realizada no Ministério deDesenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. “Apartir dessas discussões vamos elaborar um documento comrecomendações técnicas para avaliaçãode cada integrante da Aladi”, afirmou Pavão.Um dostemas discutidos nos debates é o sistema de Certificaçãode Origem Digital (COD) que está em fase de projeto no Brasile consiste em permitir que o documento informe detalhadamente o quese pode conceder de reduções e isençõestarifárias, garantindo o acesso preferencial das mercadoriasno mercado externo entre o países que mantêm acordosinternacionais de comércio.“Osistema COD é bastante completo porque pode colaborar nomomento das negociações envolvendo preferências etarifas. Nas discussões, a recepção do sistemafoi positiva”, disse o chefe do Departamento de Informaçãoe Estatísticas da Secretaria Geral da Aladi, Roberto França.Para ocoordenador-geral do Departamento de Planejamento e Desenvolvimentode Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento,Indústria e Comércio Exterior há uma disposiçãoconjunta para o aperfeiçoamento na busca da harmonizaçãode dados o que deve gerar mudanças em breve. Mas ele nãocita prazos.Asestatísticas precisas são fundamentais no insumo dasnegociações comerciais, segundo os especialistas,porque as diferenças de critérios levam àsfalhas de interpretação e na contabilidade final nabalança comercial. A Aladi é integrada por 12 países- Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Cuba,Equador, México, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela. Mas oPanamá e a Nicarágua estão em processo denegociação para a integração do bloco,sendo que o primeiro se encontra em fase mais adiantada.Segundodados oficiais, em 2002 as exportações brasileirassomaram aproximadamente US$ 60 bilhões. Já em 2008,atingiu cerca de US$ 200 bilhões. As diferenças deinterpretação e critérios leva a situações,como recentemente ocorreu entre Brasil e México. Em agosto,durante a visita do presidente mexicano, Felipe Calderón, foiconstatado que havia uma diferença de US$ 1 bilhão nasestatísticas do fluxo comercial entre os dois países.Para osmexicanos, o comércio era de US$ 8 bilhões, enquanto osbrasileiros informavam que era de US$ 7 bilhões. De acordo comos técnicos, a diferença de US$ 1 bilhão se deveà aplicação de critérios estatísticosdivergentes entre mexicanos e brasileiros.Segundoespecialistas, há uma série de objetivos no processo deintegração da região latino-americano queenvolvem a eliminação gradativa dos obstáculosao comércio recíproco dos países-membros, oestímulo à cooperação e o incremento dodesenvolvimento econômico e social da região, entreoutros.