Câncer ocupacional mata cerca de 200 mil pessoas a cada ano no mundo

04/10/2009 - 16h40

Paula de Castro
Repórter da Rádio Nacional
Brasília - Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que cerca de 200 mil pessoas morrem acada ano no mundo por algum tipo de câncer relacionado ao ambientede trabalho.Segundo a coordenadora de Vigilância e Prevenção doCâncer do Instituto Nacional do Câncer (Inca), Silvana Rubano Turci, nãoexistem números sobre o câncer ocupacional no Brasil. Ela afirma quequando a doença é diagnosticada não se faz uma entrevista com opaciente para conhecer sua rotina, hábitos e as possíveis causas da doença.  Silvanaexplica que os principais fatores associados ao câncer são o tabaco, aalimentação, a exposição ocupacional, a exposição à radiação e ao sol. De acordo com ela, é difícil relacionar o câncer à exposição aum só fator. “A gente tem uma série de fontes e fica muitodifícil estabelecer que aquele determinado câncer está relacionado auma só exposição, mas pode sim estar relacionado a exposições combaixas doses durante a vida toda e não a um único agente, mas a váriosagentes e a uma mistura desses agentes” explica. Um dosfatores que causam câncer é o amianto. O presidente da AssociaçãoBrasileira dos Expostos ao Amianto (Abrea), Eliezer João de Souza, lutapela proibição do uso do produto no país e conta que nos 13 anos emque trabalhou em uma empresa que usava amianto não foi alertado dorisco que corria.“Eu e todos os funcionários, uma média de 10mil, que trabalharam nessa empresa. A gente foi enganado,ninguém sabia que o amianto era cancerígeno. Aí um monte de gente quejá morreu, e outras ficaram doentes, tiveram mesotelioma, câncer depulmão, de laringe”, conta Eliezer. Segundo estimativas do Inca, a projeção para o ano 2020 é que 15 milhões de pessoas apresentem novos casos de câncer.