Minc: ajuda externa para preservar florestas é bem-vinda, mas é o Brasil que dita rumo

23/09/2009 - 0h51

Paula Laboissière
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro do Meio Ambiente, CarlosMinc, afirmou hoje (23) que a ajuda internacional na conservaçãodas florestas brasileiras é bem-vinda, mas o país querexercer a soberania. “Quem dita os rumos do programasomos nós, brasileiros”, disse antes de participar da abertura do seminário O PPG7 e a Proteção dasFlorestas Tropicais do Brasil.OPPG7 é um programa piloto para a proteção das florestas tropicaisbrasileiras desenvolvido em parceria com a comunidade internacional.O objetivo é desenvolver estratégias inovadoras para a proteção eo uso sustentável da Floresta Amazônica e da Mata Atlântica,associadas a melhorias na qualidade de vida das populações locais.ParaMinc, a iniciativa representa o maior programa de apoio ao meioambiente no Brasil. Graças a ele, segundo o ministro, foram criadas reservas extrativistas que somam uma área de 2 milhões de hectares e mais de 20terras indígenas foram homologadas. Além disso, houve o reforço do sistema demonitoramento ambiental.“Temosque agradecer a quem apoiou o Brasil em um momento em que asestruturas ambientais eram muito frágeis. Hoje podemos darrespostas mais fortes”, afirmou, ao citar o monitoramento de todos osbiomas brasileiros e não apenas da Amazônia.Durante aabertura do seminário, o ministro da Ciência e Tecnologia, SergioRezende, avaliou que o apoio de países como a Noruega, a França ea Itália ao programa foi importante, porque se deu em uma época emque o Brasil tinha dificuldade de financiamento, nos anos 90.“Precisávamosde um impulso, que foi dado. Temos a responsabilidade de, depois de termos aprendido, dar um volume maior às ações desenvolvidas.Precisamos de mais recursos e gostaríamos de ter contribuições demuitos outros países.Rezendeacredita que a percepção da sociedade brasileira sobre a  importância da conservação do meio ambiente difere da queexistia quando o programa começou. Segundo ele, agora há uma “clareza”de que não se pode continuar desmatando a Amazônia.Para asecretária executiva do Ministério do Meio Ambiente, IzabellaTeixeira, as ideias ambientais ainda eram “muito incipientes”nos anos 90, quando o PPG7 começou a ser implementado. “Seriapossível desenvolver sem desmatar? O programa mostrou que sim e ,maisdo que isso, que avançarmos em inciativas inovadoras.SegundoIzabella, o PPG7 foi o primeiro programa a investir na implementaçãode reservas extrativistas e permitiu também 18 acordos de pesca emanejo em lagos, além de envolver a atuação de 12 mil agricultoresna Amazônia.Opresidente do Grupo de Trabalho Amazônico, José Rubens Gomes,afirmou que o país precisa mudar sua forma de desenvolvimento, principalmente as matrizes energéticas, garantindo a manutenção doclima e a permanência dos povos da  Floresta  Amazônica. “Hoje,temos condições de não errar ao conduzir políticas dedesenvolvimento e o PPG7 tem um papel muito importante nessesentido”, disse.“Temoslições aprendidas e temos que fazer com que a política brasileirapossa ser conduzida nesse caminho,  para que o desenvolvimento possavir acompanhado da sustentabilidade.”