BB vai abrir banco de varejo nos Estados Unidos

23/09/2009 - 19h47

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O processo de expansão doBanco do Brasil no mercado norte-americano se dará por meio daabertura de um banco de varejo para o atendimento aos brasileirosresidentes nos Estados Unidos. A nova unidade terá, em umprimeiro momento, cinco agências.

O vice-presidente deFinanças, Mercado de Capitais e Relações comInvestidores do BB, Ivan Monteiro, afirmou que a meta éexpandir posteriormente para até 12 ou 15 agências.

“A gente vai estaronde a comunidade estiver. Esse é o nosso objetivo. É apolítica do banco: onde o brasileiro está, onde aempresa brasileira está”, afirmou, durante evento promovidopelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) e aCâmara de Comércio França-Brasil.

O Banco do Brasil querrepetir nos Estados Unidos o volume expressivo de recursos que tem noJapão, que “é a operação mais antiga ea maior que nós temos de varejo no exterior”, disseMonteiro.

De acordo com planilhado Banco Central, as remessas do exterior efetuadas no primeirosemestre deste ano somaram US$ 1,136 bilhão, das quais US$ 239milhões foram oriundas do Japão. A instituiçãorespondeu por metade desse mercado, informou a assessoria de imprensado BB.

Monteiro lembrou queresidem atualmente nos Estados Unidos cerca de 1,4 milhão debrasileiros. “A gente quer prestar produtos e serviços paraesses brasileiros”. O mesmo ocorre em relação àsempresas nacionais que estão adquirindo os ativos no exterior.

O BB já recebeuautorização também para lançar umprograma de títulos lastreados em ações na Bolsade Nova York, chamados de ADRs nível 1 (American DepositaryReceipts), para a negociação no mercado de balcão.O banco já está trabalhando no programa, que deveráser efetivado em 2010, estimou Monteiro. O próximo passo édiscutir o contratos e obter a autorização dos órgãosreguladores dos dois países.

O vice-presidente doBanco do Brasil informou que, três dias após o anúnciodas ADRs, as negociações de papéis do BB naBM&FBovespa subiram de 60 milhões por dia para 100milhões. A expectativa é de uma reaçãopositiva com as ADRs. “Porque a gente vai aumentar a liquidez paraas transações com as ações do banco”.Para Monteiro, não ter ADRs era uma restrição deliquidez para a instituição.

Ele acredita que o fatode o banco procurar um relacionamento de médio e longo prazoscom os clientes e ter um forte compromisso com o controlador ébem visto pelos investidores estrangeiros. O aumento da fatia decapital do BB que pode estar nas mãos de investidores nãobrasileiros, determinado pelo governo na última semana, podecontribuir também para despertar o interesse do capitalinternacional. O limite foi elevado de 12,5% para 20%.

O Banco do Brasilexperimentou uma forte elevação dos depósitosefetuados por pessoas jurídicas e linhas interbancáriasem Nova York. O volume subiu de US$ 400 milhões para US$ 6bilhões no fim do ano passado, mesmo durante a crisefinanceira internacional, disse Ivan Monteiro. “E continuaevoluindo. O fato do governo ser controlador do banco foi altamentepositivo. Foi percebido como um porto seguro”. completou.

Para Monteiro, aperspectiva de crescimento da economia brasileira é positivapara a qualidade dos ativos dos bancos. A maior confiança dosclientes, a redução do desemprego são fatoresque, segundo o vice-presidente do BB, vão acabar se refletindono balanço dos bancos de forma positiva.