Meta de redução do analfabetismo pode não ser alcançada, diz Haddad

18/09/2009 - 18h35

Amanda Cieglinski
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro da Educação,Fernando Haddad, disse hoje (18) que se a reduçãoda taxa de analfabetismo na população maior de 15 anos mantiver o mesmo ritmo registrado em 2008 pela Pesquisa Nacional porAmostra de Domicílio (Pnad), o Brasil não conseguirácumprir o acordo assinado em 2000 durante a Conferência Mundialde Educação, em Dacar (Senegal). O documento determina queo país deve reduzir pela metade a taxa de analfabetismo até2015, chegando a 6,7%.De 2007 para 2008, oanalfabetismo caiu de 10,1% para 10%. Entretanto, na avaliaçãodo ministro, se for observado o ritmo de redução dosanos anteriores, o Brasil conseguirá chegar à taxa de 6,7%. De 2005 para 2006, a redução foi de 0,7% ede 2006 para 2007, de 0,4%. “Pela série histórica nós vamos cumprir. Nóschegamos a reduzir 0,7% em um ano, como ocorreu em 2005”, afirmou.Para Haddad, prefeituras e municípios precisam se esforçar para solucionar o problema sob o risco do não cumprimento das metas. Eledestacou que nas regiões em que há mais adesãoao Brasil Alfabetizado, programa do Ministério da Educação (MEC) para alfabetizaçãode jovens e adultos, a redução foi menor. “O exemplodo Nordeste evidencia que é possível fazer essaredução”, exemplificou. A região concentracerca de 80% das turmas do programa e de 2007 para 2008registrou a maior queda na taxa de analfabetismo: 0,5%.Haddad chamou atençãopara o aumento de 140 mil analfabetos entre as pessoas com mais de 25anos, especialmente no Sul e no Sudeste, o que para ele não é“algo compreensível”. Segundoele, é como se pessoas que se declararam alfabetizadas em umano se declarassem analfabetas no ano seguinte. Ele disse que o MECjá pediu para o IBGE um detalhamento desses dados.