Jobim diz que acordo entre PT e PMDB em 2010 dependerá de disputas estaduais

19/08/2009 - 16h06

Gilberto Costa
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro da Defesa, Nelson Jobim, afirmou que a aliança políticaentre o PT e o PMDB na campanha presidencial em 2010 “vai depender dasdecisões locais”. Para ele, o PMDB, ao qual éfiliado no Rio Grande do Sul, “é uma confederação de partidosregionais”, sem “nome nacional” para disputar a Presidência, ea adesão do partido vai depender dos interesses em cada estado.

Segundo Jobim, “a lógica do PMDB” faz com que as liderançaslocais só se engajem na campanha nacional “se favorecer aseleições estaduais”. Ele avaliou que o PMDB e o PT poderãoestar em lados opostos nas eleições no Rio Grande do Sul, em SantaCatarina, São Paulo, na Bahia e em Pernambuco.

Aavaliação do quadro político de alianças para as próximaseleições é um dos assuntos em debate no programa 3 a 1, que vai aoar hoje (19), às 22h, na TV Brasil (canal 2 da TV abertaem Brasília).

Além daseleições do próximo ano, o ministro responde perguntas detelespectadores e dos jornalistas Luiz Carlos Azedo (âncora doprograma), Daniel Rittner (Valor Econômico) e Ricardo Amaral (Época)sobre a compra de armamento, a transferência da base americana para aColômbia e a organização das Forças Armadas e do Ministério daDefesa, entre outros assuntos.

Durante oprograma, Jobim trata também da compra de 36 caças para a ForçaAérea Brasileira (concorrência F-X2).  Ele afirma que a escolhadependerá da transferência de tecnologia para a fabricação doscaças, “inclusive do código fonte para a construção completa noBrasil”.

Ointeresse brasileiro é evitar dependência de fabricantesestrangeiros na manutenção dos aviões e poder “fabricarcomponentes”, explicou o ministro. Para ele, atransferência de tecnologia é estratégica. “A Embraer [Empresa Brasileira de Aeronáutica] explodiuporque aprendeu a fazer avião”, disse Jobim, referindo-se aos caçasAMX A1, de tecnologia italiana, comprados na década de 80.

Disputamo fornecimento para o Brasil o caça francês Dassault Rafale, osueco Gripen NG (da Saab, ainda em projeto) e o norte-americano F-18Super Hornet (da Boeing). Segundo Jobim, “os Estados Unidos têmprecedentes de não transferência de tecnologia”. O Ministério daDefesa encaminhará ao presidente da República relatório comanálise sobre os aviões. A decisão não sairá antes de 7 desetembro, antecipou Jobim no programa.

O ministro nãoquis tratar da polêmica sobre o suposto fornecimento de armas pelaVenezuela às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) eevitou comentários extensos sobre o acordo entre a Colômbia e osEstados Unidos para uso de uma base do país sul-americano pelosnorte-americanos. Segundo ele, o presidente Álvaro Uribeassegurou que os aviões norte-americanos percorrerão apenas oespaço aéreo colombiano e o Pacífico.

Jobim anunciou que o Exército aumentará os pelotões defronteira na Amazônia e instalará grupamentos militares no limite doterritório nacional em todas as bocas de rio da floresta. Jobim quer que a Marinha e a Aeronáutica ganhem poder de polícia epossam fazer prisões de quem entre ilegalmente pelos rios ouinvada o espaço aéreo brasileiro.