Brasil e Argentina vão criar linha de crédito de R$ 3,5 bi para socorro mútuo

19/08/2009 - 18h53

Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Brasil e a Argentinafarão uma troca de crédito de R$ 3,5 bilhões. Os bancos centraisdos dois países criarão uma linha de swap (troca de rendimentos) emmoedas locais. O acordo foi firmado há pouco pelo ministro daFazenda, Guido Mantega, e o ministro da Economia e Produção daArgentina, Amado Boudou.Pelo sistema deempréstimo, o Brasil emprestará R$ 3,5 bilhões de reais para a Argentina, e o paísvizinho, 7 bilhões de pesos para o Banco Central brasileiro. O dinheiro poderáser sacado em caso de dificuldades financeiras, com pagamento dejuros.As regras da linha decrédito ainda não estão estabelecidas, mas Mantega adiantou que osjuros deverão seguir as taxas básicas nos dois países: 8,75% ao ano no Brasil e 11% ao ano na Argentina. Segundo oministro da Fazenda, os dois lados assinaram apenas um memorandode entendimento para dar início às discussões.“As assessoriasjurídicas e os bancos centrais dos dois países ainda têm quedetalhar as questões institucionais e as normas que vão reger essecrédito”, explicou Mantega. Ele, no entanto, disse que não existeprevisão de data para a linha de swap entrar em operação.De acordo com Mantega,oBrasil pretende repetir o mecanismo com os demais membros doMercosul. Ele ressaltou que a linha de crédito é de caráterpreventivo. “Estamos fazendo uma cooperação para fornecer maissegurança financeira”, afirmou.No final do anopassado, o Banco Central brasileiro assinou um acordo semelhante como Federal Reserve (banco central norte-americano). A linha de swapentre o Brasil e os Estados Unidos é de US$ 30 bilhões.Para o ministroargentino, a criação da linha de crédito representa um passo amais para reforçar a integração no continente. “Desde outubro,Brasil e Argentina fazem as trocas comerciais em moedas locais. Oswap é uma peça a mais nesse processo de integração”, declarouBoudou.Na avaliação deMantega, as economias do Brasil e da Argentina estão em situaçãofavorável e se recuperarão conjuntamente da crise financeirainternacional. “Os dois países têm situação fiscal bastanteestável. Ambos fazemos parte do G-20 [grupo das 20 maioreseconomias do mundo] e estamos entre os países com o menordéficit fiscal em 2009”, disse.Otimista com odesempenho econômico brasileiro, Mantega disse que, depois de doistrimestres de contração, a economia brasileira já está crescendo.“O [Produto Interno Bruto] PIB do segundo trimestre devecrescer 1,6% ou 1,7%, o que equivale a uma taxa anualizada de 6%”,afirmou.