Especialistas acreditam que medidas adotadas no Rio foram acertadas

12/08/2009 - 6h11

Vitor Abdala
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Especialistas ouvidos pela Agência Brasil acreditam que as medidasadotadas pelas autoridades sanitárias para conter a influenza A (H1N1) - gripe suína no Rio de Janeiro foram acertadas. Apesar disso, eles mostram ceticismo em relação a pontos específicos das políticas dessas mesmas autoridades.O chefe do Departamento de Virologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ),Davis Ferreira, explica, por exemplo, que a decisão de criar tendasespecíficas para cuidar de pacientes com suspeita da doença,isolando-os de outros pacientes, foi bem pensada. Umavez que a gripe é doença contagiosa, a melhor forma de impedir apropagação do vírus é evitando o contato dos infectados com outraspessoas.Apesar disso, ele mostra dúvidas em relação à eficáciade serviços como o Disque-Gripe das secretarias Municipal e Estadual deSaúde, que tem por objetivo funcionar como uma espécie de triagem paraos pacientes, sem que precisem ir ao médico.O especialista também questiona a prorrogação das férias das escolas públicas e de algumas particulares no Rio. “Não são dez diasou 15 que farão diminuir a transmissão. Mesmo porque essas crianças eadolescentes que estão em casa vão para o cinema, vão para shopping e atransmissão vai continuar acontecendo”, disse Ferreira.Ocoordenador da Comissão de Saúde Pública do Conselho Regional deMedicina do Rio (Cremerj), Pablo Vazquez, destacou a competência comque as autoridades sanitárias fluminenses lidaram com a influenza A (H1N1) - gripe suína até agora. Mas ele chama a atenção para a “precariedade” dos serviçospúblicos de saúde, que demonstram a falta de investimentos em períodosanteriores ao da epidemia.“Apesar de, infelizmente, os gestoresprincipais não destinarem à saúde as verbas que os outros paísesdestinam, as autoridades conseguiram frear ao máximo o impacto dessaepidemia na nossa população”, afirmou Vazquez.