Flexibilização do acesso ao crédito é principal mudança no novo plano agrícola, diz OCB

22/06/2009 - 20h06

Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Mais do que a ampliaçãodos recursos de R$ 78 bilhões para R$ 107,5 bilhões emrelação ao ciclo passado, as principais mudanças do Plano Agrícola e Pecuário2009/2010, lançado hoje (22) em Londrina, no Paraná, pelo presidente LuizInácio Lula da Silva e pelo ministro da Agricultura, ReinholdStephanes, são os mecanismos de flexibilizaçãode acesso ao crédito. A avaliação é dopresidente da Organização das Cooperativas Brasileiras(OCB), Márcio Lopes de Freitas.Segundo ele, aampliação dos limites da renda para a agriculturafamiliar e do valor dos empréstimos na agricultura empresarialpermitirá que uma quantidade maior de produtores acesserecursos mais baratos, com juros controlados. “A cada ano háuma evolução no plano agrícola, mitigando algunsproblemas. Neste, foram criados mecanismos de flexibilizaçãodo crédito que tiram alguma travas”, afirmou Freitas, em entrevista àAgência Brasil.Ele considerou“muito positiva” a criaçãodo Programa de Capitalização de CooperativasAgropecuárias (Procap-Agro), que terá R$ 2 bilhões.Desde o fim do ano passado, quando os efeitos da crise mundial começaram a aparecer, o setor reivindicava a liberação de recursos no mesmovalor, o que acabou acontecendo, mas em doses homeopáticas, de forma mais lenta do necessitavam as cooperativas. “Agora temos certeza de que esses recursos estão previstos no orçamento,especificados, como uma política permanente”, afirmou. Apesardas evoluções do novo plano, o presidente da OCB disseque é fundamental a criação do fundo garantidor,que se tornou consensual e foi defendido mais uma vez hoje peloministro Stephanes, que pediu sua aprovação, em caráter de urgência, peloCongresso Nacional. Para Freitas, o setorsó terá tranquilidade quando houver um seguro ruralefetivo, que realmente garanta o acesso ao crédito.Onovo mecanismo, segundo ele, também deve ter critériosrígidos para que se consolide. “Não queremos que ofundo sirva apenas para compensar um evento de catástrofe edepois deixe de existir por falta de recursos. É do nossointeresse que ele seja permanente, para facilitar o acesso ao créditopelos produtores em todas as operações, dando garantiaaos bancos de que o empréstimo é seguro”.