BC recomenda cautela, mas vê "margem residual" para mais cortes de juros

18/06/2009 - 10h43

Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Comitê de PolíticaMonetária (Copom) do Banco Central (BC) considera que qualquerredução da taxa básica de juros, Selic, adicional às que já ocorreram neste ano deverá ser feita de maneira “parcimoniosa”. Ainformação consta da ata da última reunião do comitê, divulgadahoje (18) pelo BC."Adespeito de haver margem residual para um processo de flexibilização, apolítica monetária deve manter postura cautelosa, visando assegurar aconvergência da inflação para a trajetória de metas", informa o documento. Neste ano, os jurosbásicos foram reduzidos em 1 ponto percentual, em janeiro, mais 1,5ponto percentual, em março, novamente 1 ponto percentual, em abril,e por fim mais 1 ponto percentual na reunião do Copom realizadaneste mês. Atualmente a Selic está em 9,25% ao ano e ficou pelaprimeira vez em um dígito. A decisão de reduzir a taxa não foiunânime. Seis diretores sugeriram a redução de 1ponto percentual e dois votaram pelo corte de 0,75 ponto percentual. Segundo a ata, o comitê avalia que as decisões sobre a taxa básica "têm que levarem conta a magnitude do movimento total realizado desde janeiro,cujos impactos sobre diversos indicadores econômicos ficarãoevidentes ao longo do tempo". “Sendo assim, alguns diretoresconsideraram que seria apropriado, nestas circunstâncias, reduzirimediatamente o ritmo de flexibilização monetária, implementandode forma mais suave a parte remanescente do processo de ajuste”.Mas a maioria optou por manter o ritmo de cortes da Selic em 1 ponto percentual. O Copom ressaltou, poroutro lado, que houve “convergência” dos membros do comitêquanto a expectativas de mais cortes de juros, o que depende de projeções e da trajetória da inflação. “OCopom entende, também, que a preservação de perspectivasinflacionárias benignas irá requerer que o comportamento do sistemafinanceiro e da economia em um novo patamar de taxas de juros sejacuidadosamente monitorado ao longo do tempo”. Aata lembra que as perspectivas de inflação para 2009 e 2010 estãoabaixo do centro da meta estabelecida pelo Conselho MonetárioNacional (CMN) de 4,5%. A meta tem margem de 2 pontos percentuaispara mais ou para menos.