Financiamento privado de campanha é estímulo para corrupção, diz Simon

07/06/2009 - 12h27

Gilberto Costa
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O financiamento público das campanhas eleitorais é um dos aspectos centraisda reforma política e, se adotado, poderia mudar o quadro políticonacional. É o que sustenta o cientista político, da Universidade Federal do Pará, Edir Veiga. Para ele,  o financiamento privado leva aopatrimonialismo e à corrupção. A mesma opinião tem o senadorPedro Simon (PMDB-RS). “O grande fator da corrupção é ofinanciador de campanha, de modo especial, as empreiteiras. Não é umdinheiro que é dado de graça. É um dinheiro que é dado aqui eeles buscam recuperar adiante”, critica o parlamentar.Segundo Veiga, o  financiamentopúblico iria permitir que os partidos grandes ou pequenos tivessem base orçamentária mínima para os gastos de campanha. "Nofinanciamento privado tem acesso aos recursos aqueles candidatos aoExecutivo que estão bem posicionados nas pesquisas [de intenção devoto] e, no caso do Legislativo, aqueles que têm compromissos com oslobbies privados.”Ele lamenta que naseleições “o interesse público fique secundarizado” e o podereconômico prevaleça nos pleitos. “A variável que mais defineeleição de deputados no interior do Brasil é a variável dofinanciamento da campanha. Desde a década de 1940, 70% dosparlamentares eleitos tem formação centro-direita”.O professor de Ciência Política da Universidade Federal deMinas Gerais (UFMG) CarlosRanulfo pondera, no entanto, que não adianta fazerreforma política para acabar com a corrupção. “A corrupçãoexiste na relação dos partidos com o Estado. A eleição é um dosespaços para que [ela] aconteça”, relativiza.