Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O Brasil tem áreas deexcelência no que se refere à recuperação e revalorizaçãodos resíduos sólidos, como a recuperação de alumínio. Mas, segundo o professor da EscolaPolitécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), José Renato Baptista Lima, ainda há deficiências.
O país lidera o ranking mundial de reciclagem de latas e apresenta uma recuperaçãointeressante também de sucata e de papel. Mas, ainda hámuitos resíduos industriais que não sãorecuperados. O próprio esgoto doméstico ainda nãoé tratado adequadamente no Brasil, criticou Lima. “Boa partedo país não tem rede de esgoto. Isso é umproblema de poluição real. Os rios brasileiros acabamficando com a qualidade muito comprometida em funçãodisso.”
Na avaliação doespecialista do departamento de Minas e Petróleo da Poli-USP,os aterros sanitários, embora sejam uma soluçãoimportante, porque dão uma destinação final ao lixo, significam, por outro lado, uma das piores alternativas,porque “implicam em perda de terreno, poluição deuma certa área, custos astronômicos de transporte edeposição. Tudo isso é ruim”.
O correto, segundo afirmou oprofessor, seria reciclar. Porém, isso só é possível se as pessoas tiverem umgrau razoável de educação para disporem o lixoseparadamente. “Porque o grande problema da reciclagem éa separação dos materiais. Separado, esse material teria grande valor.”
Lima rebateu a tese de que existelixo não aproveitável. Esclareceu que mesmo no que serefere ao resíduo residencial, não existe material nãoreciclável. “Todo resíduo doméstico pode serreciclado, reaproveitado”. Alguns resíduos industriaisconsiderados perigosos, entretanto, não podem ser reciclados.Nesse caso, a alternativa menos ruim seria a deposiçãoem aterros sanitários controlados.