Paraguai pode atuar no mercado de energia brasileiro, afirma diretor de Itaipu

27/05/2009 - 17h07

Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - OParaguai pode passar a atuar no mercado de energia do Brasil.Segundo o diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, Jorge Samek,o Paraguai poderia passar a utilizar uma parcela maior da eletricidade deItaipu para abastecer o mercado interno e comercializar eletricidadegerada por outras fontes no Brasil, por meio da sua empresaenergética, a Ande (Administração Nacional deEnergia). Além de Itaipu, a estatal paraguaia conta com mais uma centralhidrelétrica própria, uma binacional com a Argentina e seis termoelétricas.“OParaguai poderia se abastecer completamente com energia de Itaipu edisponibilizar essa [de outras fontes] que é usadahoje [para consumo interno] para fazer exportação”,explicou Samek. A intenção seria permitir uma entradagradual da Ande no mercado brasileiro.Atualmente,Itaipu atende a 91% do consumo paraguaio, com 5% da eletricidadegerada pela usina. Pelo Tratado de Itaipu, cada um dos dois paísestem direito a 50% da energia gerada pela usina. Mas, como o Paraguainão utiliza toda a sua parte, o Brasil compra o restante ecomercializa no mercado interno por meio da Eletrobrás.Samek participou hoje (27) de um encontro com o diretor geral paraguaio deItaipu, Carlos Balmelli, e de representantes empresariais brasileirosna Federação das Indústria do Estado de São Paulo(Fiesp). Ele acredita que a proposta de venda de eletricidadeparaguaia no Brasil poderá ser formalizada nos próximosdias.Noentanto, o diretor-geral brasileiro descartou a possibilidade de o paísvizinho comercializar dentro do Brasil a sua parte excedente daeletricidade gerada por Itaipu. De acordo com Samek, isso nãoé permitido pelas regras do acordo de construçãoda usina, apesar de ser uma das principais demandas do Paraguai.ParaCarlos Balmelli, a interpretação brasileira dascláusulas do tratado é “abusiva”. Na avaliaçãodele, não existe nenhuma proibição de que oParaguai comercialize o seu excedente de energia diretamente nomercado brasileiro.