MST faz marcha no Paraná para discutir efeitos da crise e reforma agrária

27/05/2009 - 16h37

Lúcia Norcio
Repórter da Agência Brasil
Curitiba - Cerca de 400trabalhadores rurais integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Via Campesina e AssembléiaPopular se dividiram em dois grupos (chamados de colunas) e estão atravessandoo estado do Paraná para discutir com a população os efeitos da crise econômica na vida dos trabalhadores e o projeto de reforma agráriapara o país.Com o lema “Trabalhadores e Trabalhadoras não Pagarão pela Crise”, a Coluna Norte saiu do município de Florestópolis,no último dia 18, a Coluna Oeste partiu de Foz do Iguaçu, no dia 19. Segundo aassessoria de imprensa do MST, os dois grupos devem percorrer cerca de 30municípios e chegar a Curitiba no dia 4 de junho. Na capital, os trabalhadores sejuntam a outros movimentos sociais e realizamuma série de manifestações.Osmovimentos sociais no campo cobram agilidade no processo de reforma agráriacomo saída para os trabalhadores nestemomento de crise. Os manifestantes da Via Campesina e da Assembléia Populardenunciam o desemprego causado pelo agronegócio. Deacordo com o MST, atualmente, há cerca de 100 mil famílias acampadas em todopaís. Somente no Paraná são aproximadamente 7 mil famílias vivendo sob barracasde lona, em fazendas improdutivas e beiras de estradas.A Coluna Oeste está hoje (27) em Guarapuava. Um dosorganizadores da marcha Mário Debona disse à AgênciaBrasil que a participação da população tem surpreendido. “Temos realizado debates em escolas, universidades,sindicatos do comércio, associações, praças públicas e temos encontrado um trabalhador ávido porinformação. Ele quer saber mais sobre a crise, o desemprego, o que fazer com oque plantou e muitos deles querem saber se vão ter terra para plantar.” Segundo Debona, amanhã (28), o grupo seguepara Irati e depoispara Inácio Martins.Amesma avaliação faz o integrante dacoluna do norte, Diego Moreira, que está em Mandaguari. A marcha já passou pelos municípios de Porecatu,Londrina, Cambé, Rolândia, Arapongas, Marialva, Sarandi,Maringá. “Mesmo em grandes municípios comoLondrina e Maringá a adesão foi muito boa. E percebemos que a informaçãoainda é pouca. A grande queixa é do político que não comparece à região paraexplicar o que está acontecendo. Eles querem saber como a crise estáafetando suas vidas e como está oprocesso de reforma agrária.”