BNDES e Ministério do Desenvolvimento vão criar agência de crédito para exportações

27/05/2009 - 16h50

Mariana Jungmann
Repórter da Agência Brasil
Brasília - OBanco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e oMinistério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior estãoarticulando a criação de uma agência de crédito para exportações,o Eximbank brasileiro. De acordo com o presidente do BNDES,Luciano Coutinho, o banco já financia exportações, mas a criaçãode uma subsidiária ou de uma nova instituição dentro do sistemafinanceiro brasileiro ofereceria serviços mais completos nessa área.“Uma agência de crédito às exportações, que quase todos ospaís têm, presta um conjunto de outros serviços e modalidades. Porexemplo, garantias, oferta de seguros e financiamentos também àexportações sob certas condições”, explicou Coutinho. Para ele, o financiamento à exportação, quandocombinado com outros fatores, “é mais poderoso”. A criação doEximbank já havia sido anunciada pelo ministro do Desenvolvimento,Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, segundo o qual opresidente Luiz Inácio Lula da Silva avalizou a ideia. Coutinho nãoquis, entretanto, adiantar quando a agência de crédito sairá dopapel. “Prefiro trabalhar primeiro e anunciar depois. Estamos aindanum processo de modelagem dessa ideia.” Luciano Coutinhoressaltou que ainda serão necessárias adaptações legislativaspara que o BNDES possa fazer esse tipo de operação, caso o Eximbankseja criado como uma subsidiária dele.O presidente do BNDESparticipou hoje (27) de audiência pública na Comissão de AssuntosEconômicos do Senado (CAE), para tratar de crise econômica. Paraele, o país “resistiu de forma brilhante ao teste de estresse”imposto pela conjuntura econômica mundial nos últimos meses. No que depender do mercado interno brasileiro,Coutinho estima que o país pode voltar a crescer 4% em 2010. “Aquiloque depende do mercado interno e de decisões autônomas irá muitobem. Isso dá suporte para a economia brasileira ter um crescimentomínimo de 4%, mas poderia crescer 6% ou 7%”, explicou. Noentanto, as empresas exportadoras, que dependem do mercado externo,ainda poderão ter dificuldades nos próximos dois ou três anos,disse Coutinho “Tudo aquilo que depende do mercado global, docomércio mundial, vai demorar muito mais a recuperar. Então, temosque ter realismo e ver que nos próximos dois ou três anos ocrescimento brasileiro dependerá mais do mercado interno e daquiloque formos capazes de investir”, completou.