Agripino diz que objetivos da CPI da Petrobras ficarão sob suspeita se governo controlar cargos

25/05/2009 - 20h24

Ivan Richard
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O líder do DEM no Senado, José Agripino (RN),afirmou hoje (25) que, se a base aliada do governo na Casa ficar com a presidência e a relatoria da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) daPetrobras, "as investigações ficarão sob suspeita". As declarações do senador foram dadas em resposta ao que disse, também hoje, o ministro de RelaçõesInstitucionais, José Múcio Monteiro, que defendeu que os partidos dabase do governo fiquem com os dois mais importantes cargos da CPI. “A opinião pública vai entender [se os governistas ficarem com a direção da CPI] que o governo deve ter muitacoisa a esconder”, disse Agripino, acrescentando que representantes doPMDB e do PBT, que compõem a base do governo, disseram a ele que aintenção dos partidos seria a de compartilhar a direção dos trabalhocom a oposição.“Uma CPI que parta,tendo o presidente e o relator de um lado só, é uma CPI de um lado só eos seus resultados estarão, seguramente, sob dúvida. Porque será umainvestigação de gente que só quer puxar o resultado para um único lado.Não há ponto e contraponto”, argumentou o líder democrata.Agripinoacrescentou que a possibilidade de o governo assumir os dois principaispostos da CPI também estimularia o confronto e a politização do debate.“Queremos fazer essa investigação sem politização, sem emoção, comprofundidade e com aspecto técnico prevalecendo, de modo que a Petrobrasganhe com isso, saia mais limpa do que entrou e que a União e osinvestidores fiquem tranquilos”, disse Agripíno.Já o senador João Pedro (PT-AM) disse que a intenção da oposição é politizar edesqualificar o governo para obter ganhos políticos face às próximaseleições presidenciais do ano que vem. “É um discurso político, quetenta desqualificar. Temos que jogar e jogar duro”, afirmou o petista.“Comoo PSDB não brinca em politizar este ano antes da eleição, tentandodesqualificar, tentando desgastar [o governo], temos que jogar duro nosentido de fazer a defesa do governo e da Petrobras enquantopatrimônio, não só do governo, mas da sociedade brasileira”, disse JoãoPedro.