Resgate de títulos e queda do dólar fazem dívida pública cair 1,02% em abril

21/05/2009 - 15h24

Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O resgate de títulos e a queda do dólar contribuíram para a queda da Dívida Pública Federal (DPF) em abril. Segundo números divulgados hoje (21) pelo Tesouro Nacional, o estoque da dívida caiu 1,02%, passando de R$ 1,398 trilhão em março para R$ 1,384 trilhão no último mês.A dívida pública interna mobiliária (em títulos) caiu 0,47%, encerrando abril em R$ 1,261 trilhão. De acordo com o Tesouro, a principal razão para essa redução foi o fato de o governo ter resgatado R$ 15,65 bilhões a mais em títulos do que emitiu. A incorporação de juros à dívida, no valor de R$ 9,64 bilhões, foi suficiente para compensar o resgate líquido, o que resultou na diminuição do estoque.A valorização do real fez a dívida pública externa cair 6,29%, encerrando abril em R$ 122,25 bilhões. Segundo o Tesouro, somente no mês passado, o dólar caiu 5,91%, contra queda de 3,54% registrada em abril do ano passado.Em relação à composição da dívida, a parcela de títulos prefixados caiu no último mês, passando de 30,09% em março para 28,51% em abril. A participação dos papéis corrigidos pela taxa Selic no total da dívida mobiliária interna saltou de 35,17% para 37,05%.Os títulos prefixados têm os juros definidos no momento da venda, por isso são mais desejados pelo Tesouro, porque dão mais previsibilidade para a administração das contas públicas. Os papéis vinculados à Selic, no entanto, são vantajosos em situações de queda nos juros básicos, como o momento atual, mas trazem risco para o governo porque a dívida pode disparar em caso de alta na Selic.A participação dos títulos atrelados a índices de preços ficou em 30,59%, praticamente estável em relação aos 30,10% registrados em março. Por causa da queda do dólar, a proporção da dívida interna atrelada ao câmbio caiu de 3,07% para 2,27%. Esses percentuais levam em consideração as operações de swap cambial, que funcionam como vendas de dólares no mercado futuro pelo Banco Central e afetam os percentuais de alguns tipos de papéis.O prazo médio da DPF praticamente não se alterou, passando de 3,54 anos em março para 3,55 anos em abril. Esse é o tempo que o Tesouro leva para renovar completamente a dívida. Prazos mais longos são mais desejáveis para a administração pública. Segundo o relatório do Tesouro, os vencimentos da DPF para os próximos 12 meses caíram de 29,97% em março para 28,58% em abril.Por meio dos títulos públicos, o governo toma dinheiro emprestado dos investidores para honrar os compromissos. Em troca, o Tesouro compromete-se a devolver o valor com juros, que podem ser a Selic, a inflação, o câmbio, ou prefixados.