Superintendente da Polícia responsabiliza presos por “sujeira” em presídios capixabas

21/05/2009 - 20h38

Marco Antonio Soalheiro
Enviado Especial
Serra (ES) - Aspéssimas condições de higiene detectadas hoje (21) em inspeção do ConselhoNacional de Justiça (CNJ) no presídio de Novo Horizonte, em Serra, na GrandeVitória, são “90% de responsabilidade dos presos”. A afirmação foifeita à Agência Brasil pelo superintendente de Polícia Prisional,Gílson Lopes. Responsável pela supervisão de cinco unidades queabrigam presos, Lopes disse que todas são limpas com regularidade semanale acusa os detentos de jogar lixo no chão para impressionar órgãos dedireitos humanos e degradar os locais, por meio de procedimentos quevisam a fuga. “No afã de fugir, e burlar a vigilância, elesdestroem e serram as grades. Tentam cavar túneis, encontram canos, eaí provoca situações de esgoto a céu aberto. Nas celas metálicasespalham de propósito restos de comida”, disse Lopes. “Nós colocamosna condição ideal, mas eles bagunçam tudo”, acrescentou. Osuperintendente justificou a superlotação pelos númerosdesproporcionais entre a entrada de detentos e as vagas abertas. EmNovo Horizonte, por exemplo, 679 presos ocupam um espaço planejado paraabrigar 210 detentos. Parentes de presos reclamaram hoje da restrição da entrada de alimentação em dias de visitas. Desde o último dia 15 de maio,cada detento só pode receber das esposas, filhos, pais ou advogadoscinco pacotes de biscoito e duas garrafas de refrigerante ou água de dois litros, para umperíodo de 15 dias. Lopes justificou a restrição por medidas desegurança e pela garantia, por parte do Estado, de quatro refeiçõesdiárias aos presos, preparadas com a supervisão de nutricionistas.   “Cortamosa entrada de pacotes de arroz e feijão porque usavam isso para entrarcom drogas, armas e celulares. Ainda não temos aparelhos de Raio-X”,ressaltou Gilson Lopes. Para o superintendente, a situação penitenciária noEspírito Santo é, de fato, grave, mas não será resolvida semcooperação entre organismos de Estado e da sociedade. “Todostêm que interagir, com objetivo de garantir que a ressocializaçãoaconteça. Mas tem muita gente que prefere criticar sem apontar solução”,argumentou Lopes.