Paulo Bernardo nega que houve pressão para corrigir previsão de crescimento da economia

21/05/2009 - 0h19

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministrodo Planejamento, Paulo Bernardo, negou hoje (21) que tenha sofridopressões para mudar a previsão no crescimento doProduto Interno Bruto (PIB) deste ano de 0,7% para 1%.Ele havia estimado, eantecipado, expectativa de aumento de 0,7% para o conjunto dasriquezas produzidas no país ao longo de 2009, mas relatórioda equipe econômica, divulgado ontem (20), corrige a previsãoanterior de crescimento da economia, de 2% para 1%, com aval doministro Paulo Bernardo.A questão foi levantada durante o programa Bom DiaMinistro, da Rádio Nacional, quando o ministro foiperguntado se sofrera pressão para mudar o cálculo. Elee explicou que as equipes dos ministérios da Fazenda e doPlanejamento trabalhavam com projeção de 0,7%, “com oespírito de que poderíamos ter margem de erro”.Segundo ele, “é muito difícil fazer previsão100% pontuável”. Na última terça-feira (19), o ministro da Fazenda,Guido Mantega, telefonou para Paulo Bernardo e disse que nãoconcordava com a estimativa porque dispunha de elementos queapontavam para crescimento mínimo de 1%. Mantega nãorevelou, porém, que elementos seriam capazes de contestar ocálculo feito até então com dados referentes aodesempenho da indústria, do agronegócio, dasexportações, emprego, renda e massa salarial.O ministro Bernardoressaltou que “não tem nenhum tipo de problema com isso”,de ter que mudar. É possível, segundo ele, que aprevisão seja mudada mais uma vez no mês que vem, com oanúncio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística(IBGE), dia 9 de junho, sobre o resultado do PIB no primeirotrimestre (janeiro-março). Aí sim, disse ele, “teremosuma visão mais clara, e pode ser que tenhamos de mudar algumacoisa, mas acho que a previsão [de 1%] está bemrazoável”.