Meirelles acha prematuro falar de "plano B" para as mudanças na poupança

15/05/2009 - 21h49

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - "Acho prematuro falar de um planoB”, disse hoje (15) o presidente do Banco Central, HenriqueMeirelles, ao comentar que o governo não estácogitando, no momento, de nenhuma outra alternativa para as mudançasna caderneta de poupança anunciadas esta semana.Para Meirelles, a opçãoapresentada foi considerada a melhor possível. “Achoprematuro falar em plano B quando este plano foi apresentado, estasemana, como um plano adequado e que melhor se adequa àsprementes condições do país”, disse.Meirelles não vê, nomomento, nenhuma alternativa para evitar a migração derecursos de fundos para a caderneta de poupança e abrir espaçoa quedas adicionais da taxa de juros básica (Selic). Elereconheceu que a decisão final caberá ao CongressoNacional, que representa a população brasileira. Mas,advertiu que é preciso que se analisem os custos e osbenefícios da medida.Segundo o presidente do BC, para quea taxa de juros real da economia continue caindo é “necessárioque sejam removidos entraves institucionais à queda da taxa dejuros”. O presidente do BC avaliou que os limites na taxa de jurosafetarão o crescimento do emprego e do Produto Interno Bruto(PIB). “Evidentemente, se a decisãofinal é que não se quer eliminar os limitesinstitucionais para a queda de juros no país, a decisãoé soberana do Congresso Nacional. Mas, eu acredito que issonão irá acontecer”. afirmouMeirellles disse ainda que a taxa dejuros média real no Brasil apresenta uma tendênciadeclinante. “E, inclusive, a estrutura longa”. Afirmou que acredibilidade da autoridade monetária e seu compromisso com amanutenção do regime de metas no futuro sãofatores que reforçam a tendência de reduçãoda taxa de juros, o que favorece o desenvolvimento econômico.

“Quando os bancoscentrais tentam induzir o crescimento por baixas artificiais de jurosou por hesitação em aumentar juros quando énecessário, visando com isso tentar dar impulso quando énecessário uma atitude diferente, isto leva a um aumento dasexpectativas de inflação, aumento do prêmio derisco, da taxa de juros. Isso é contracionista”, disse.

O compromisso do BancoCentral do Brasil e de outros países com a meta de inflaçãoé importante para que os juros continuem a cair e isso leve aomaior impulso à economia, afirmou Meirelles.