Tarso diz que inquérito da PF que indiciou Daniel Dantas respeitou direitos dos investigados

28/04/2009 - 0h13

Luana Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Oministro da Justiça, Tarso Genro, afirmou hoje (27) que oinquérito da Polícia Federal que levou ao indiciamentodo banqueiro Daniel Dantas e de mais cinco diretores do bancoOpportunity “não tem nenhum furotécnico” e respeitou os direitos legais dosinvestigados.

“Esseinquérito foi feito com muito rigor, muita cientificidade,muita qualidade técnica. É muito rigoroso e muitoqualificado; vai ser um exemplo para a Polícia Federal sepautar daqui para diante em inquéritos que envolvem questõesfinanceiras”, afirmou durante entrevista à TV Brasil.

Tarsoafirmou que o saldo da Operação Satiagraha,desencadeada pela PF para investigar supostos crimes financeiroscometidos por Dantas, até agora tem resultados satisfatórios.“A operação teve resultado, tanto é que jáhouve uma condenação”, disse.

Apóso indiciamento, cabe agora ao Ministério Público adecisão de oferecer ou não a denúncia contra osacusados para abertura de ação judicial.

Naentrevista, Tarso também comentou a OperaçãoCastelo de Areia, que investiga crimes financeiros e repasses daconstrutora Camargo Corrêa. O ministro voltou a negar qualquertipo de favorecimento ao PT, que ficou de fora do relatóriofinal da operação.

“Issonão ocorreu. Se isso fosse verdade poderia se dizer entãoque os outros partidos foram poupados nos inquéritos quepessoas do PT estão respondendo. A operação foimuito bem feita e eu desafio alguém a apontar algumailegalidade que ela cometeu. As acusações sãoabstratas”, comentou o ministro, que amanhã (28) vai aoSenado prestar esclarecimentos sobre a operação naComissão de Constituição e Justiça. O diretor-geral da PF, Luiz Fernando Corrêa,também participará da audiência.

Aocomentar a possibilidade de atuação da PF para retiraros rizicultores da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima, Tarsoafirmou que a ação vai depender das recomendaçõesdo ministro Carlos Ayres Britto, do Supremo Tribunal Federal, relatorda ação que confirmou a demarcação dareserva em faixa contínua.

“Vaiacontecer o que determinar o ministro Ayres Britto. A sentençaserá cumprida. O Estado tem o direito de usar o monopólioda força para cumprir a decisão. A PF é apolícia judiciária da União, a ela incumbecumprir fielmente aquilo que for determinado pela sentença; equem decide o que cumprir da sentença é o ministrorelator”, afirmou. O prazo para saída dos não-índiosda reserva vence na próxima quinta-feira (30).