Banco do Brasil prevê fechar o ano com spread entre 6,8% e 7,2%

28/04/2009 - 0h11

Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Banco do Brasil espera fechar o ano com o spread médio entre 6,8% a 7,2%. No final de 2008, o spread médio era de 7,1%. O spread para as pessoas físicas chegou a 21% no final do ano passado, contra 25,4% ao final de 2007. A informação foi dada hoje (28) pelo presidente do BB, Aldemir Bendine.De acordo com o gerente de Relações com Investidores do BB, Marco Geovanne Tobias da Silva, historicamente, a redução do spread para pessoas físicas acompanha as quedas da taxa básica de juros, Selic. No final do ano passado, os juros básicos estavam a 13,75% ao ano e a expectativa do mercado é que feche o ano em 9,25%. Ele ressaltou, entretanto, que a redução do spread depende também do desempenho da inadimplência e do custo de captação do dinheiro pelos bancos.O spread é a diferença entre os juros que a instituição financeira paga para ter o dinheiro (basicamente a taxa de juros Selic) e a taxa cobrada do cliente na hora do empréstimo. A redução do spread é considerada uma condição para o barateamento do crédito ao tomador final e está sendo estudada pelo governo. Segundo o banco, a redução do spread depende do aumento do crédito em carteiras, principalmente daquelas que contam com taxas menores como o consignado. Por oferecer menor risco para os bancos, o crédito consignado tem um spread menor. Segundo o BB, atualmente a instituição trabalha com mais de 400 linhas de crédito. A expectativa do banco é de um crescimento de 13% a 18% no crédito neste ano, acima das estimativas do mercado. Bendine também reforçou a importância da atuação de bancos públicos em momentos de crise. Segundo ele, neste momento, o Banco do Brasil deve agir “com uma postura mais agressiva”, mostrando que acredita na recuperação da economia. Ele acrescentou que acredita em crescimento positivo do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país neste ano e uma forte recuperação da economia em 2010. Bendine disse ainda que o BB deve retomar em breve a condição de maior banco no país. “Não tenho dúvida que essa condição será retomada em breve.” O BB perdeu a posição com a fusão do Itaú e Unibanco.Bendine, que assumiu o cargo no último dia 23, negou que tenha havido ingerência política na mudança da direção do banco, anuncida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. De acordo com ele, a escolha dos novos vice-presidentes não foi feita com base em questões partidárias. “Na escolha do meu time, não fico olhando vinculação partidária. Nenhum deles têm vida ativa política”, afirmou, ao ser questinado sobre a filialação do vice-presidente de Gestão de Pessoas e Responsabilidade Socioambiental, Robson Rocha, ao PT.Ainda segundo Bendine, não haverá novas mudanças nas vice-presidências, mas somente nas diretorias que ficaram com três cargos vagos por conta da ascenção de diretores.