Protógenes diz que encontrou documentos "nocivos ao país" durante Satiagraha

08/04/2009 - 17h37

Ivan Richard
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz afirmou há pouco àComissão Parlamentar de Inquérito das Escutas Telefônicas Clandestinasda Câmara que, durante a Operação Satiagraha,comandada por ele, foram encontrados documentos nas dependências damultinacional Kroll, obtidos por meio de espionagem, que são “nocivos à autoridadesbrasileiras e ao país”.Protógenes afirmou, em resposta a umapergunta do relator, deputado Nelson Pellegrino (PT-BA), que a Krollpossuía documentos contra empresas com interesses contrários aos dobanqueiro do Daniel Dantas e ao grupo Opportunity. “A Justiça americana solicitou que a Kroll apresentasse todos os dados de espionagemcontra a BrasilTelecom. A empresa apresentou mais de 250 caixascontendo documentos que eram nocivos ao país”, disse Protógenes. “Dadosde espionagens que tratavam da transposição do Rio São Francisco,privatização da Petrobras e da Vale do Rio Doce”, acrescentou odelegado.Segundo o Protógenes, os documentos eram uma tentativade cooptação de várias autoridades, inclusive, com o pagamento de suborno a integrantes doCongresso Nacional.Protógenes afirmou também que a OperaçãoSatiagraha não realizou interceptações ilegais. “Todas asinterceptações telefônicas na época da Satiagraha foram legais,inclusive com a vigilância dioturna do Ministério Público Federal”.Protegidopor um habeas corpus preventivo concedido pelo Supremo TribunalFederal, Protógenes se absteve de responder aos questionamentos sobre aparticipação de servidores da Agência Brasileira de inteligência (Abin)na Satiagraha, a utilização de senhas do Sistema Guardião e também emrelação aos equipamentos utilizados na operação. Ele ressaltou, noentanto, que todos os equipamentos da Polícia Federal são auditáveis.“Todosos dados coletados em qualquer equipamento da Polícia Federal sãoauditados. Não há tecnicamente sistema que faça qualquer tipode adulteração em qualquer dado coletado. Os dados da Satiagraha estãodisponíveis na Justiça e no Ministério Público”, disse Protógenes.