Livreiros e editores divergem sobre preço único de livros

02/04/2009 - 15h32

Da Agência Brasil

Brasília - Representantes de editoras, autores, livreiros eparlamentares discutiram hoje (2), Dia Mundial do Livro Infantil, em audiência pública na Câmarados Deputados a proposta da Lei do Preço Único pararegulamentar a venda de livros no país.AAssociação Nacional de Livrarias propõe que os livros sejam vendidos por um preço único sugerido pelo editor, a exemplo do que ocorre com os jornais e as revistas, vendidospelo mesmo preço em todo o território nacional. Os livreiros argumentam que os preços cobrados no Brasil inviabilizam o acesso da população à leitura. Segundo a presidente da AssociaçãoEstadual de Livrarias do Rio de Janeiro, Milena Duchiade, poucas são as lojas que sobrevivem nas ruas das cidades. Atualmente, as livrarias se concentram nos grandes shoppings, onde os custos são mais elevados, o que também encarece o livro.“Livro vende pouco porqueé caro e é caro porque vende pouco. Enfim, é umciclo vicioso”, considerou Milena. Osempresários acreditam que a aprovação da lei vai incentir o surgimento de pequenas novas livrarias. Noentanto, os editores não concordam com os argumentos. Segundo opresidente do Sindicato Nacional dos Editores de Livros, Mauro KooganLorch, a unificação de preços acabará com a possibilidade de que as livrarias façam promoções, como asoferecidas na internet. “Não é por falta de livrariasque o brasileiro não lê, mas por falta de dinheiro paraler livros”, disse.Os participantes da audiência pública não chegaram a um consenso sobre o tema. “Estamoslonge de decidir alguma coisa. Ainda temos que discutir muito sobreisso”, afirmou o presidente da Frente Parlamentar Mista da Leitura,deputado Marcelo Almeida (PMDB-PR).A lei propõe que o preço único seja praticado em todos os canais de venda no varejo como livrarias, supermercados, vendas por catálogo ou internet. A medida valeria apenas para lançamentos e reedições durante um período de 24 meses após a data de publicação. Depois desse período, a negociação de preços seria livre.