Mantega espera que redução dos juros injete na economia mais de R$ 40 bilhões em crédito

26/03/2009 - 17h11

Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que asnovas medidas aprovadas hoje (26) pelo Conselho MonetárioNacional (CMN), que têm o objetivo de reduzir os juros nasinstituições de pequeno e médio portes, podeminjetar na economia mais R$ 40 bilhões em crédito.

O valor potencial da medida, noentanto, pode chegar a R$ 174 bilhões, segundo cálculosdo presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.

“Se todos os bancos seenquadrarem, pequenos médios e grandes, são cerca de R$170 bilhões. O que se espera dos bancos é que, de fato,adiram ao programa e, de fato, emitam [os certificados de depósito bancários, com garantiasespeciais]. Com isso, deve ser algo como R$ 40 bilhõesou R$ 50 bilhões”, disse Meirelles.

O ministro Guido Mantega lembrouque, independente do valor, a estimativa inicial já éconsiderada de “bom tamanho” pelo governo, pois vai irrigarpequenas e médias empresas com recursos novos. “É oque nós esperamos que aconteça.”

Ele explicou que as taxas decaptação tendem a diminuir com uma oferta maior decrédito, fato que pode beneficiar pequenos e médiosbancos que hoje captam a taxas maiores. Com taxas menores, os bancospodem diminuir a taxa dos empréstimos que concedem.“Nãohá números precisos. Vamos esperar as reaçõesdo mercado. Acredito que é um mecanismo que vai ser usado eserá muito útil para pequena e média empresa”,observou Mantega.

Com as novas medidas, o CMN elevou ovalor das aplicações que terão garantiasespeciais, por meio de Certificados de Depósito Bancário(CDBs). Aplicações no valor de até R$ 20 milhõespor pessoa (jurídica ou física), em cada instituição,serão asseguradas. Atualmente, a garantia é paraaplicações de até R$ 60 mil. O limite deemissões por instituição financeira seráde até R$ 5 bilhões.

“Parao exercício da garantia tem que haver de fato um quebra dainstituição. Isto é, a instituiçãoterá que estar sujeita a um processo de intervençãoou liquidação pelo Banco Central”, enfatizouMeirelles.