Previsão da CNI para o PIB é de crescimento próximo de zero em 2009

26/03/2009 - 21h29

Roberta Lopes
Repórter da Agência Brasil
Brasília - AConfederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou hoje (26) projeções que apontam um crescimento doProduto Interno Bruto (PIB) próximo de zero. O anúncio foi feito pelo gerente executivo de Política Econômica da entidade, Flávio Castelo Branco, durante divulgação do Informe Conjuntural, publicação da CNI. A previsão anterior, feita em dezembro do ano passado, era de que o PIB fosse crescer 2,4% em 2009, mas a crise financeira fez com que a entidade revisse o número.  De acordo com a entidade, será necessário o PIB crescer 1,5% nos próximos trimestres para igualar, na média, com o PIB de 2008. “A crisese instalou de forma rápida e disseminada na economia. A tese dodescolamento das economias emergentes fez com que elas demorassem a reagir, e percebe-se que, no mundo global, não há quem se descole da economiaglobalizada”, disse.ACNI também espera que haja uma retração de 2,8% no PIB industrial em2009. A indústria de transformação deverá sofrer o maior recuo, 4,5%.Outra que também deverá recuar é a indústria de extração mineral, 3,7%.Castelo Branco disse que esta é a “maior queda da produção industrialem 20 anos”.Contudo, a entidade aponta que a construção civil deverá teruma expansão de 0,4%, pois muitas obras estão em andamento desde oano passado. Além disso, a CNI acredita que o programahabitacional lançado (25) ontem pelo governo possa incentivar a atividade nosetor.Oconsumo das famílias também deve cair. A projeção da CNI é de que hajauma queda de 0,9% no poder de compra das famílias. A taxa de desemprego deverá aumentar em 9,1% como reflexo da baixa atividadeeconômica da indústria, segundo as previsões da entidade. A CNI também revisou a meta de inflação, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 4,2%. A projeção anterior, feita em dezembro do ano passado, era de 4,8%.  “Haverá queda nos preços ao consumidor, pois já teve queda no atacado. Atrajetória de preços mais favoráveis abre espaço para queda na taxa dejuros”, previu Castelo Branco.