Empreendedores serão fundamentais para superar crise, revela pesquisa do Sebrae

17/03/2009 - 16h50

Ivy Farias
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Ataxa de empreendedorismo entre os brasileiros é de 12%, aterceira mais alta entre os países que participam do G20(grupo dos países em desenvolvimento), conforme reveloupesquisa a Global Entrepreneurship Monitor (GEM), divulgada hoje(17). A pesquisa é desenvolvida em mais de 60 países etem o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e PequenasEmpresas (Sebrae) entre seus parceiros há nove anos. Segundo o economista Marcelo Neri, professor daFundação Getulio Vargas (FGV), a capacidadeempreendedora do brasileiro será um elemento central parasuperar os efeitos da crise financeira internacional no país."O brasileiro se acostumou com o fato de comer três vezesao dia e não vai baixar o padrão de vida por conta deuma crise. Tudo leva a crer que as pessoas vão à lutapara continuar consumindo", afirmou. Para Neri, o Brasil está em posiçãoprivilegiada, porque já está acostumado com crise esabe lidar com adversidades. "Nós vivemos de crise emcrise e aprendemos a sair bem de situações difíceis.Somos como o Ayrton Senna [tricampeão mundial deautomobilismo, morto em 1994]: corremos melhor na chuva." Neri vê o empreendedorismo dos brasileiroscomo um colchão "que tem tudo para virar um trampolim"."Ainda são necessárias políticas sociaispara pequenos empreendedores, como conceder crédito eeducação, que é o passaporte para os novosmercados". Segundo o professor, o consumo de uma famíliade empreendedores cresce 28% depois da tomada do primeiro empréstimo."O lucro aumenta em 35%", disse ele.De acordo com a pesquisa GEM, 80% dosempreendedores são capazes de gerar renda e emprego; 8% dos12% de novos negócios surgem por oportunidade e 4%, pornecessidade. Os números revelam ainda que 65% consideram quetêm muita concorrência. "A partir daísentimos que nosso maior desafio é estimular as pessoas acriar negócios inéditos", destacou o presidente doSebrae, Paulo Okamoto.A pesquisa mostrou ainda que 85% dos novosempreendedores não têm expectativas de exportaçãoe 38% têm uma visão pessimista do negócio queestão iniciando. Apesar de não avaliar o nívelde mortalidade das empresas, Okamoto ressaltou que 76% das empresascompletam dois anos de vida. "O principal agora écapacitar esses empreendedores e a qualidade dos empreendimentos."