Stephanes classifica como pacífica invasão da Via Campesina ao Ministério da Agricultura

09/03/2009 - 19h21

Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro daAgricultura, Reinhold Stephanes, disse hoje (9), no final da tarde, que a invasãodo prédio principal da sede do ministério por mais de 300mulheres da Via Campesina, durante a manhã,foi um ato pacífico, mas fora de foco. As militantes ficaramno local por mais de quatro horas e dois vidros da entrada foramquebrados. “Tirando o incidentecom os vidros, que não sei em que circunstância ocorreu,foi um ato pacífico. Não atrapalharam o trabalho noministério. Eu acredito que as reivindicações,para que pudessem ser avaliadas, teriam de ser mais específicas”,afirmou o ministro.Stephanes disse que não vêa diferença de conceito colocada pela Via Campesina entreagronegócio e agricultura familiar. “O pequeno agricultorque trabalha com alta tecnologia, com alta produtividade, e évinculado a associações ou mesmo a cooperativas,participa do agronegócio assim como a média e a grandepropriedades participam”, disse. Segundo ele, não faltamrecursos para a agricultura familiar.De acordo com o ministro, asreivindicações do movimento seriam relativas àagricultura de subsistência, que tem mais dificuldades. “Aí,tem que analisar em cada região, em cada assentamento, o queestá acontecendo. Pode ser falta de assistência técnica,normalmente, ou condições de mercado para aquilo queestá sendo produzido, ou podem ser até outras razõesque precisam ser verificadas”, analisou. Durante a manifestação,a coordenadora nacional da Via Campesina, Itelvina Masioli, disse quea ocupação do prédio servia para “dizer àsociedade e ao ministro que o Ministério da Agricultura temque estar a serviço da produção de comida, dasoberania alimentar. E não pegar recursos públicos parafinanciar o agronegócio e as transnacionais”. Stephanesdisse que o Brasil produz para alimentar sua populaçãoe excedentes para exportação.