Caiado quer explicações do ministro Cassel sobre repasses de recursos para o MST

05/03/2009 - 20h39

Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Olíder do Democratas (DEM), deputado Ronaldo Caiado (GO), protocolou naMesa Diretora da Câmara requerimento solicitando informações aoministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, sobre repassesde recursos ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Se o pedido estiver deacordo com as normas, será encaminhado ao ministro, que tem até 30 diaspara prestar as informações solicitadas. "Queremos que oministro possa explicar por que aquelas entidades que haviam sidoidentificadas pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito [CPMI] daTerra continuaram ainda recebendo repasses do Ministério doDesenvolvimento Agrário. É lógico que esses repasses diminuíram”, disseCaiado. Caiado quer saber do ministroporque outras entidades que recebiam repasses menores, depois de 2006,após a CPMI da Terra, “passaram a ter repasses vultosos e também se essas entidades sem fins lucrativos têm alguma vinculação com repasses para o MST”.Anexoao pedido de informações protocolado, o líder do DEM apresenta um gráfico comrepasses do governo federal para diversas entidades sem fins lucrativosnos anos de 2003, 2004, 2005, 2006, 2007 e 2008, no valor total de R$221 milhões. Segundo ele, essas entidades podem ter alguma ligação com o MST e é possível que estejam repassando recursos para o movimento. Entreas entidades citadas por Caiado estão aCooperativa Central Reforma Agrária Estado de São Paulo (CCA), aAssociação de Pequenos Produtores Rurais Setores Palmei, a Central deAssociações Comunitárias do Assentamento Ireno Alves dos Santos(Cacia), as federações dos Trabalhadores na Agricultura do Mato Grossoe da Bahia, o Centro Integrado de Assentamentos e Pequenos Agricultoresdo Espírito Santo. “Eu não posso vincular este valor como sendorepassado. Estou perguntando se, ao acrescerem essas entidades apartir de 2006, esse dinheiro foi também para o MST. Eu não afirmo,estou solicitando informações ao ministro”, explicou o deputado. SegundoCaiado, anteriormente, os repasses eram feitos para entidades como a Associação Nacional de Cooperação Agrícola (Anca), a Confederação dasCooperativas de Reforma Agrária (Concrab) e a Associação Nacional deApoio à Reforma Agrária (Anara). “Essas entidades eramprecursoras do sistema de receber o dinheiro e repassar para o MST. E não tinha nada ali para educação ou para formação de jovens e muito menos paraassentamentos. O que tinha realmente era a utilização do dinheiro parapromover essas mobilizações e todo esse clima de violência no campo queestamos assistindo”, disse o líder do DEM.