Nutricionista elogia decisão de suprimir gordura trans de alimentos industrializados

20/12/2008 - 0h56

Da Agência Brasil

Brasília - OMinistério da Saúde e a AssociaçãoBrasileira de Indústria de Alimentos (Abia) definiram nestasemana uma agenda de metas para redução dos teores degordura trans nos alimentos industrializados no país, atésua completa supressão no final de 2010. Pelos parâmetrosda Organização Mundial de Saúde (OMS), o limitetolerável é de 2% de gordura trans no total de gordurasque compõem os alimentos.Formadapor um processo de hidrogenação natural ou industrial,a gordura trans deixa os alimentos mais saborosos eajuda a dar mais resistência, mantendo o prazo de validadedeles. De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, a gorduratrans pode, entretanto, aumentar a quantidade de colesterol ruim noorganismo e é fator de risco para problemas cardiovascularesAnutricionista Ana Célia Oliveira, do Conselho Nacional deNutricionistas, disse que a agenda de metas definida pelo governo epela Abia é uma medida necessária e preventiva. “Agordura trans existe em pequenas quantidades nos alimentos. A questãoé que o consumo desse tipo de gordura pela populaçãoaumentou muito com a industrialização dos alimentos. Éela a principal responsável pelas doençascardiovasculares, que estão entre as mais matam no mundo.”

AnaCélia recomenda cuidado com a alimentação, quedeve ser a mais natural possível. “A populaçãocriou o hábito de substituir comidas saudáveis poralimentos industrializados. A indústria usa e abusa daquantidade de gordura trans nos produtos. Assim a populaçãonão tem como controlar a quantidade de gordura ingerida.”

OCanadá foi pioneiro na retirada da gordura trans dos alimentoscolocados à disposição da população.

SegundoAna Célia, o Ministério da Saúde não temcomo tomar uma iniciativa como essa de imediato. “É umprocesso em que a indústria terá que se adaptar, e apopulação também. As pessoas terão queaprender a olhar o rótulo do produto, para ver a quantidade degordura trans que contém, e voltar a comer mais alimentosnaturais.”