Construção civil descarta compromisso de manter empregos, mesmo com incentivos

03/12/2008 - 23h31

Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente da Câmara Brasileira daIndústria da Construção, Paulo Safady Simão, descartou qualquer compromisso do setor de garantir empregos, mesmocom os incentivos oficiais concedidos para o enfrentamento dacrise global que também tem atingido a economia brasileira.“O setor está disposto a produzir, jáque tem esses recursos. Ele mantém o emprego que ele podeproduzir. O setor está disposto a produzir na medida que eletem esses recursos. Não tem pacto”, disse.Ele enfatizou que a construção gerouneste ano 310 mil novas vagas, muito mais do que outros setores daeconomia, e citou que enquanto o desemprego no país chegou a7,5%, no setor ficou em apenas 4,4%. Para ele, se o governo continuarinvestindo na construção a tendência é queo emprego aumente.Mesmo tentando mostrar otimismo, Simão nãodescarta dificuldades pela frente com a redução derecursos para o setor já que haverá queda prevista naarrecadação do governo e no financiamento externo. Elediscutiu alternativas como ministro Guido Mantega para agilizar oandamento de obras públicas, incluindo as que fazem parte doProgramada de Aceleração do Crescimento (PAC).

“Vamos trabalhar, agora, com obraspúblicas, incluindo o PAC. Acho que o governo tem granderesponsabilidade no ano que vem e em 2010. A partir do momento em queas obras imobiliárias vão sofrer redução,o PAC e as obras terão uma importância em 2009 e 2010para segurar a economia e o setor”.

Simão disse que os problemasque espera resolver têm a ver com a morosidade na liberaçãodas licenças ambientais, nas ações do Tribunalde Contas da União e da Controladoria-Geral da União,que têm embargado obras até apurar a regularidade dasmesmas.

“Temos muitos problemas que estãotravando as obras. Ambientais, problemas de projeto, de deficiênciade órgão, problemas de TCU e CGU”, afirmou. SafadySimão acredita que mesmo assim, a construçãodeva crescer mais de 3% no ano que vem, mesmo com alguns analistas jáprevendo um crescimento da economia abaixo de 3% do Produto InternoBruto.

Simão fez as declaraçõesao chegar para encontro com o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Às 15h, ele tem reunião  com o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo.