Sul e Sudeste registram melhores índices de acesso à rede de esgoto

20/10/2008 - 23h37

Paula Laboissière
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Pnad 2007: Primeiras Análises,divulgada hoje (21) pelo Instituto de Pesquisa EconômicaAplicada (Ipea) indica que, entre 2006 e 2007, o Brasil alcançouum aumento de 3 pontos percentuais na proporção dapopulação urbana com acesso à rede de coleta deesgoto. Segundo o estudo, este foi o maior aumento registrado nosúltimos 15 anos, passando de 54,4% em 2006 para 57,4% em 2007.

Contabilizando ainda a populaçãourbana que possui coleta de esgoto por fossa séptica, opercentual de cobertura por soluções consideradas“minimamente adequadas” de esgoto sobe para quase 81%.

As Regiões Sul e Sudesteconseguiram as melhores taxas, superiores e 85%. O Nordeste e o Norteficaram com 68,4% e 64%, respectivamente. Já a RegiãoCentro-Oeste, no quesito esgotamento sanitário do tipo redegeral de esgoto ou fossa séptica, apresentou, de acordo com apesquisa, “a pior performance” – pouco mais de 52% da populaçãopossui saneamento adequado.

Todas as regiõesbrasileiras apresentaram um crescimento percentual maior que a médiaanual entre 2001 e 2006 mas as desigualdades urbanas entre asregiões, segundo o estudo, permanecem “em patamareselevados”.

A melhora nos indicadores,segundo o Ipea, reflete a “maturação” e a ampliaçãode investimentos em esgotamento sanitário ocorridos nosúltimos cinco anos em todo o país, o que permitiuampliar os serviços de rede de esgoto para 5,9 milhõesde pessoas na área urbana e 337 mil na zona rural apenas em2007.

“Com o aumento substancial nomontante de recursos destinados a saneamento básico previstospelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) – R$40 bilhões entre 2007 e 2010 – é de se esperar que osindicadores de esgoto venham a apresentar melhorias ainda maissignificativas nos próximos anos”, afirma a pesquisa.

Entretanto, o levantamentodestaca as desigualdades de investimento quando comparadas as grandescidades e o campo. Dados da Pnad apontam que 22% da populaçãorural reside em domicílios que ainda não possuem nenhumtipo de sistema de coleta de esgoto e 54,3% recorrem a soluçõesinadequadas como fossas rudimentares, valas e o despejo do esgotodiretamente em rios, lagos e mares.

O Ipea alerta que asdesigualdades socioeconômicas no acesso ao esgotamentosanitário são “ainda mais gritantes” do que oacesso a água potável no país. Para os 20% maispobres, a cobertura de rede geral ou de fossa séptica éde 64,6% enquanto para os 20% mais ricos a cobertura ronda os 92,8%.A diferença – de mais de 28 pontos percentuais – jáchegou a ser, segundo a pesquisa, de quase 48 pontos percentuais nocomeço da década de 1990.

“O aumento da populaçãocoberta por esgotamento sanitário adequado continua sendo omaior desafio para a política de saneamento básico,pois o déficit absoluto desses serviços nas áreasurbanas ainda supera 30 milhões de pessoas”, diz a Pnad.