Países mais pobres serão os mais afetados pelo aquecimento global, reitera administrador do Pnud

28/11/2007 - 22h20

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O subsecretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) eadministrador do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento(Pnud), Kemal Dervis, afirmou hoje (28), no Primeiro Painel de Debate sobre o Relatório Global do Desenvolvimento Humano 2007/2008, que as conseqüências do efeito estufa sobre ahumanidade ainda são desconhecidas e não se pode mensurá-las.Mas reiterou que as comunidades pobres serão as mais afetadas pelo aquecimento global: "Nossa responsabilidade étrabalhar para reduzir esses efeitos e as possibilidades decatástrofes, principalmente nas regiões pobres. Este é o desafio e anossa responsabilidade maior: reduzir os impactos das mudançasclimáticas sobre os países mais pobres, principalmente na África. Eles estão ameaçados e devemos canalizar recursos parareduzir os riscos de catástrofes de proporções ainda inimagináveis.”Dervis lembrou que 70% dos gases tidos como causadores do efeito estufa foramemitidos nos últimos 200 anos por atividades industriais nos paísesmais ricos; 28%, por países de rentabilidade média, como a Índia, oBrasil e a Turquia; e apenas 2% por países mais pobres. “Não é justoque agora eles venham a pagar por isto. Serão necessários algunssacrifícios no curto prazo por parte das nações mais desenvolvidas”, afirmou.Elecitou estimativas que indicam a necessidade, a cada ano, de investimentos médios de cerca de US$ 300bilhões por parte dos países desenvolvidos para se tentar frear ereduzir essas conseqüências do efeito estufa.“Ospaíses terão investir na melhoria tecnológica e no melhor aproveitamentode suas fontes energéticas como forma de reduzir as emissões. Ou daqui a 30 anos os recursos necessários já serão cerca de 30% mais altos em relação às atuais estimativas", alertou.