Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O Brasil participará da Conferência das Partes da Convenção do Clima(COP-13), entre os dias 3 e 14 próximos na Ilha de Bali, na Indonésia, com a consciência de estar fazendo a sua parte para reduzir os efeitos da emissão de gás carbônico na atmosfera – mas também consciente de que está pronto para fazer ainda mais. A afirmação é do ministro Luiz Alberto Figueiredo Machado, diretor do Departamento de Meio Ambiente e Temas Especiais do Ministério das Relações Exteriores, que participou hoje (28) do Primeiro Painel de Debate sobre o Relatório Global de Desenvolvimento Humano 2007/2008, realizado na sede da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). Machado reconheceu a necessidade de que o país aumentar o combate às emissões de gases supostamente causadores do efeito estufa, a partir das queimadas provocadas principalmente na região amazônica. “Sabemos que ainda provocamos emissões importantes provenientes do desmatamento e estamos combatendo estas emissões. Mas nenhum país sozinho resolverá essa questão: temos que estar juntos nessa empreitada, dentro de um esforço verdadeiramente global”, afirmou.Para ele, 2007 será marcado como o ano do despertar "da consciência global em torno da seriedade, da gravidade e da urgência da questão da mudança do clima”. O quarto relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), acrescentou, "retira dúvidas daqueles que talvez ainda as tivessem sobre a necessidade de uma ação imediata para a redução dos níveis de emissões".As mudanças climáticas percebidas hoje, segundo Machado, são fruto de mais de 150 anos de acumulação de emissões de combustíveis fósseis na atmosfera, após a revolução industrial. “O dióxido de carbono é um gás de permanência muito longa e as concentrações que nós temos hoje e que aquecem a superfície da Terra são fruto de emissões muito antigas e não das que hoje ocorrem – estas afetarão no futuro os nossos netos e bisnetos", disse.A avaliação internacional, lembrou, é a de que os países têm "responsabilidades comuns, porém diferenciadas” na questão da mudança do clima: “Comuns porque todos temos que atuar. E diferenciadas porque apenas alguns de nós fomos os causadores do problema – e isso cria um imperativo ético de difícil solução.”Machado destacou ainda que “o Brasil está fazendo a sua parte ao possuir uma matriz energética limpa, em que 45% são provenientes de fontes renováveis e 55%, de fósseis". E que nos países mais desenvolvidos essa proporção é de 94% de não-renováveis para 6% de renováveis, "o que é um dado bastante assustador”.