Presidente interino do Senado quer resolver questão do voto aberto nesta semana

21/10/2007 - 18h21

Marcos Chagas*
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente interinodo Senado, Tião Viana (PT-AC), quer votar esta semana aproposta de emenda à Constituição que estabeleceo voto aberto para casos de cassação de mandatoparlamentar e o projeto de resolução que altera o regimento interno para incluir o afastamento imediato de cargos daMesa Diretora, presidências das comissões e do Conselhode Ética quando o senador estiver sob investigação. A apreciaçãodas duas matérias era uma pré-condição doDEM e do PSDB, ainda quando Renan Calheiros estava na Presidênciado Senado, para desobstruir a pauta de votações.Com o licenciamento de Renan, os dois partidos retomaram as votaçõesna semana passada, ajudando a praticamente limpar a pauta. "A semana serámuito oportuna, porque permitirá a apreciação depropostas que vão além das matérias de interessedo governo federal", disse Tião Viana. Na terça-feira(23), o presidente interino pretende convocar reunião da MesaDiretora para analisar as representações do P-SOLcontra Renan Calheiros e o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG). O partido pedeinvestigações da denúncia de que o empresárioMarcos Valério, operador do mensalão,teria trabalhado para arrecadar recursos não declarados (caixa dois) para a campanha pela reeleição de Azeredo ao governo deMinas Gerais. A representaçãocontra Renan é para investigar denúncia de que osenador teria utilizado emendas ao Orçamento para repassarrecursos para obras não executadas, que seriam feitas por umaempreiteira fantasma.Na quarta-feira (24),Tião Viana iniciará a discussão de outra matériapolêmica que chega ao Senado, já ocupado com asdiscussões da proposta de emenda à Constituiçãoque prorroga até 2011 a cobrança da ContribuiçãoProvisória sobre a Movimentação Financeira(CPMF). Trata-se do Projeto de Lei1990/97, aprovado pela Câmara dos Deputados, que legaliza ascentrais sindicais e repassa para elas 10% do imposto sindical arrecadadoanualmente pelo governo. Viana temreunião marcada para quarta-feira com o ministro doTrabalho, Carlos Luppi, e representantes das centrais sindicais paraanalisar a matéria. "Esse é um projeto delicado, que temposições divergentes. Vou deixar que as partes semanifestem e que a maioria prevaleça", afirmou.