Vacina contra HIV é uma das principais discussões em congresso sobre imunologia no Rio

21/08/2007 - 17h35

Adriana Brendler
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Cerca de cinco mil pesquisadores brasileiros e estrangeiros debatem, de hoje (21) até sábado (25), no Rio, problemas e soluções para doenças ligadas ao sistemade defesa do organismo humano.Eles participam do 13º Congresso Internacionalde Imunologia, maior encontro mundial da área, realizado pela primeira vez naAmérica Latina.Para o presidente do congresso e membro da Sociedade Brasileira de Imunologia, o imunologista JorgeKalil, a realização do encontro no Brasil é uma oportunidade para que pesquisadorese alunos latino-americanos possam se comunicar com cientistas de renome mundial. Ao todo são 400 conferencistas convidados, 60% deles da Europa e EstadosUnidos.“A imunologia é uma dasciências mais importantes da área médica pois muitas doenças decorremde processos imunológicos que causam inflamação, seja pela defesa contrainfecção por vírus, bactérias ou parasitas, seja todas as outras doenças como câncer, seja todas as doenças auto-imunes, como o diabetes dotipo 1. São várias doenças, e a base disso é imunológica".

Entreas principais preocupações dos pesquisadores, inclusive no Brasil,Kalil destacou o esforço para combater o vírus HIV, causador da aids.

"Gostaríamos de evoluir o nosso conhecimento para que pudéssemos combater aaids com uma vacina preventiva ou terapêutica para a doença”. Pesquisas de vacinascontra a aids - quejá causou mais de 20 milhões de mortes e hoje afeta cerca de 40 milhões depessoas em todo o mundo - serão um dos focos de discussão. Até agora, em torno de 200 vacinas foram desenvolvidas no mundo,mas nenhuma delas foi capaz de garantir proteção contra o HIV.

Vinte e cinco dos maisrenomados cientistas que trabalham com o tema vão apresentar resultados deseus estudos, dentre eles, a primeira vacina contra o HIV-1 integralmenteelaborada e testada no Brasil. A vacina obteve resultados positivos emexperimentos com camundongos.Deacordo com Kalil, também estarão em debate a busca de métodos mais eficientesde proteção para tuberculose e malária , além de pesquisas envolvendo lupus,diabetes e esclerose múltipla.Entre os pontos de interesseda comunidade científica, ele apontou os esforços para aprimorar métodosde tolerância a transplantes. Hoje, para evitar a rejeição aos novosórgãos, reduz-se a imunidade geral dos pacientes, deixando-os vulneráveis ainfecções. “Temos esperança de trabalhar com métodos de tolerância específicapara que o indivíduo fique tolerante somente àquele órgão que foitransplantado”.Participam do encontro oaustraliano Peter Doherty e suíço Rolf Zinkernagel, ganhadores do Prêmio Nobelde 1996 por trabalhos sobre o sistema imunológico. O 13º Congresso Internacionalde Imunologia ocorre no Riocentro, com várias atividades paralelas em outrospontos da capital fluminense.O evento é financiado pelo Conselho Nacional deDesenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), do Ministério da Ciência e Tecnologia.Mais informações podem ser obtidas no sitewww.immunorio2007.org.br.