Lourenço Canuto
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Meio Ambiente foi o único dos nove ministério que compõem o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) a votar contra a reativação das obras da usina nuclear Angra 3, situada em Angra dos Reis (RJ). A diversidade de fontes energéticas do país foi o motivo apresentado para o voto contrário.Em entrevista concedida à Agência Brasil, a ministra Marina Silva disse que mantém a posição contrária pelo Brasil ter outras fontes renováveis sem "o risco da energia nuclear”.“Se vamos fazer um investimento de altíssimo custo para uma fonte que não se sabe o que fazer com os resíduos, é melhor investir em outras fontes. Essa é a posição que eu tenho assumido e nós vamos defendê-la dentro do conselho”, afirmou Marina.Os movimentos ambientalistas apóiam a postura da ministra. “Será um grande retrocesso uma vez que o mundo inteiro tem se direcionado para a geração de energias limpas”, afirma o coordenador da Campanha de Energia Nuclear do Greenpeace, Guilherme Leonardi. “Países como a Alemanha, a Espanha e a Suécia, entre outros, já abandonaram a idéia de usar a energia nuclear para gerar energia", segundo ele.Leonardi opina que a retomada das obras "será desperdício de recursos públicos, com os quais se poderia gerar mais energia de outras fontes em menos tempo e sem problemas com a produção de lixo atômico". Ele vê na retomada das obras de Angra 3 "o estabelecimento de uma relação do programa militar brasileiro que iniciou a usina, com um programa civil, para o suprimento energético".