Bárbara Lobato
Da Agência Brasil
Brasília - Teste para mudança da freqüência de rádio de analógico para digital deve ser feito com exclusividade na Universidade de Brasília (UnB) no mês de julho. Hoje (26) professores da UnB, técnicos da empresa de comunicação da Radiobrás e do Ministério das Comunicações reuniram-se para debater sobre o teste de transmissão da freqüência AM no rádio. O sistema escolhido para a realização dos testes na Radiobrás foi o DRM - Digital Radio Mondiale - que possui transmissão para radiofusão em ondas médias e curtas. Ou seja, freqüencias abaixo de 30 megahertz (MHz).Segundo a chefe do departamento de rádio da Radiobrás, Sofia Hammoe, o teste pretende observar as vantagens e desvantagens do DRMpara que se possa estabelecer uma concorrência mais justa entre outrossistemas. "A quantidade de rádios em funcionamento vai depender muitodo padrão escolhido para convergência tecnológica do rádio. Mas é preciso ter em mente que as rádios comunitárias, por exemplo, também precisam ter espaço", disse. Para ela, existem alguns padrões tecnológicos que dão preferência aos setorescomerciais. "É preciso democratizar o sistema, pois há, atualmente, umaemissora de rádio que ocupa um espaço onde poderia ter quatro". Na avaliação do professor de telecomunicações da UnB, Lúcio Martins, há dois sistemas que podem ser implantados aqui no Brasil: o DRM e o Iboc (In Band on Chanel), também conhecido como HD Rádio. "Ainda estamos em discussão para saber qual será o melhor modelo para utilizar no rádio, da mesma maneira que foi feito com o da TV [quando o Brasil optou pelo padrão japonês para transmissão dos programas]".Deacordo com ele, muitas emissoras de rádio já optaram pelo sistema Iboc,pois ele já está disponível há mais tempo no mercado, inclusive no usodos aparelhos de som. Há cerca de uma semana, o ministro dasComunicações Hélio Costa informou que pretende definir o padrão para atransmissão de rádio digital até setembo de 2008. Alguns empresáriosradiofusores já têm preferência pelo padrão Iboc, como a AssociaçãoBrasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert). "Tenho conhecimento de pelo menos umas 15 emissoras comerciais que, filiadas à Abert que já fazem uso do padrão Iboc sem ter o conhecimento de outros padrões", disse o professor da UnB. "Ninguém [empresas de radiofusão]quis optar por testes com o outro sistema. E nós achamos importantepara poder estabelecer um comparativo entre os dois sistemas".A freqüência de ondas médias é uma radiofusão para coberturas regionais e locais. Já a freqüência de ondas curtas é mais abrangente, podendo chegar até transmissões no exterior.