Moradores fazem abraço simbólico e missa contra usinas no Rio Madeira

13/06/2007 - 20h34

Sabrina Craide
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Um abraço simbólico no Rio Madeira euma missa em defesa da Amazônia reuniram hoje (13) moradores dacomunidade de Santo Antônio, que fica a 7 quilômetros dePorto Velho (RO), contrários à construçãodas usinas hidrelétricas no estado. Eles estãopreocupados com o que pode acontecer na região, que deu origemà cidade de Porto Velho. A preocupação especialé com a Capela de Santo Antônio, construída em1913, e que faz parte da história de Rondônia. De acordo com Luiz Novoa, um dos coordenadores doFórum Independente Popular do Madeira, o objetivo do eventofoi conscientizar as pessoas para as conseqüências da obrapara a região. “Precisamos alertar a populaçãode Porto Velho de que o seu marco histórico de origem, que éSanto Antônio, da qual a Capelinha é a o resquíciodesse núcleo de povoamento, essa área vai serabsolutamente degradada, destruída pelo projeto”, afirma.

Segundo a Superintendência deGestão Ambiental da empresa Furnas, integrante do consórcioque realizou o estudo de impacto ambiental (EIA) da obra, o projetodo canteiro de obras da margem direita do empreendimento, onde estálocalizada a comunidade de Santo Antônio, incluiu uma sériede condicionantes e restrições para diminuir ainterferência das atividades da obra na vida da populaçãoque reside nas imediações. A empresa informa, em nota,que o patrimônio histórico e cultural da regiãoserá conservado ou recuperado, caso necessário,seguindo orientações do Instituto do PatrimônioHistórico e Artístico Nacional (Iphan).

Os organizadores do protesto, quereuniu representantes do Movimentos dos Atingidos por Barragens(MAB), da Via Campesina e da Associação Nacional dosDocentes do Ensino Superior (Andes), também divulgaram umacarta pedindo o cancelamento do processo de licenciamento ambientaldas usinas. Segundo eles, a construção de usinas deSanto Antônio e Jirau afetaria de forma irreversível abiodiversidade regional. Eles também afirmam que mais de 100mil pessoas afluiriam para Porto Velho nos próximos quatroanos por causa das obras, e que a cidade não têmestrutura para receber esse fluxo.

A construção das duasbarragens está entre os principais projetos do Programa deAceleração do Crescimento (PAC). As duas hidrelétricasdevem gerar, juntas, 6.450 megawats de potência, cerca dametade do que é fornecido pela usina de Itaipu, a mais potentedo país. A obra depende da concessão de licençaprévia pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dosRecursos Naturais Renováveis (Ibama).