OAB diz que não será "palanque eleitoral" para governistas ou oposição

18/04/2006 - 15h44

Nelson Motta e Yara Aquino
Repórteres da Agência Brasil

Brasilia – O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Roberto Busato, disse hoje (18) que a entidade "não servirá de palanque político partidário", após o encontro que teve, no Palácio do Planalto, com presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo Busato, a OAB irá discutir, no dia 8 de maio, em audiência pública, a possiblidade de pedir o impeachment do presidente Lula.

Hoje (18), o PPS divulgou nota pública chamando "as forças políticas, os movimentos sociais, as entidades, instituições e a própria cidadania" para "se mobilizar em torno desse debate" sobre o impeachment. O pedido de cassação do presidente da República não pode ser feito por nenhum partido político e apenas por entidades da sociedade civil.

Busato deu as declarações à imprensa após sair de uma reunião com Lula, em que entregou ao presidente um convite para o 50° Congresso da União Internacional dos Advogados, marcado para novembro em Salvador (BA). O advogado disse que a OAB "agirá dentro da sua tradição histórica, de fazer política, mas não se atrelar à política partidária, seja de que lado for. Não seremos palanque eleitoral, seja para os partidos que apóiam o presidente da República, seja para os partidos que lhe fazem oposição".

O ministro das Relações Institucionais da Presidência da República, Tarso Genro, considerou que a discussão sobre o impeachment faz parte do momento eleitoral. "É um processo de esquentamento do clima eleitoral, nós do governo temos que receber com naturalidade". Segundo ele, "nos cabe a afirmação de que não tem nenhuma racionalidade jurídica, nenhum fundamento ético e político falar nisso".