Profissionais da saúde discutem fracionamento de remédios em São Paulo

07/04/2006 - 16h04

Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil

São Paulo - Profissionais do setor de farmácias e de saúde participam neste sábado (7), em São Paulo, de um seminário para capacitar e esclarecer aspectos técnicos para a venda fracionada de medicamentos. A compra da quantidade exata do medicamento prescrito pelo médico foi autorizada pelo governo em janeiro de 2005 e beneficiará o paciente com uma economia média de até 30% na compra dos remédios, evitando que ele pague pelo que não vai usar.

Participarão do "Seminário Fracionamento de Medicamentos – Acesso e Uso Racional", 350 profissionais que poderão tirar suas dúvidas com técnicos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), do Centro de Vigilância Sanitária do Estado de São Paulo (CVS-SP) e do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec).

Segundo a presidente do Conselho Regional de Farmácias do Estado de São Paulo, Raquel Rizzi Grecchi, o medicamento fracionado vem para defender o consumidor no seu direito de comprar a quantidade necessária de qualquer produto que precise. "Isso não acontece na maioria das vezes com o medicamento. Às vezes o paciente precisa tomar dez ou doze comprimidos e na caixa vem 15 ou 20, número que não corresponde ao tratamento".

Além disso, Grecchi ressalta que ao sobrar medicamento, o paciente acaba guardando essa sobra e utilizando posteriormente como auto-medicação, prática não recomendada pelos médicos. "O medicamento fracionado diminui a auto-medicação. E sem a auto-medicação diminuem os efeitos adversos do medicamento, como a intoxicação, que é muito grave". Ela completa que ao comprar a quantidade exata necessária o paciente reduz não o custo do medicamento, mas o custo do tratamento. "Se ele vai levar menos, ele vai pagar menos".